Pedro
Cosmos
QUANDO AS MÁQUINAS PARAM
Plínio
Marcos foi um dramaturgo aquém do seu tempo, considerado o repórter do mal, não
se dobrava ao escancarar a realidade nua e crua para dissabores dos poderosos e
da elite de plantão.
Há mais de 50 anos atrás, já
previa que temas atemporais corroboravam para bons exercícios cênicos, por
revelar intrinsecamente o ser humano em diversas vertentes e por extrais em
seus textos grande contrapartida social, a qual promove reflexões diversas
sobre o ser humano resultando em interpretações intocáveis.
Escrito em 1967, o texto
continua atual pela temática abordando o desemprego, a moralidade, o
conformismo, a aceitação ao fracasso, a falta de profissionalização, o orgulho,
o enfrentar à realidade, sem deixar de lado o companheirismo, ingredientes
estes, fundamentais para tornar o texto “quando as máquinas param” com
conflitos suficientes para um grande teatro.
A direção de AUGUSTO ZACCHI,
foi certeira e entendeu muito bem nas entrelinhas o que o autor propôs e o exercício
cênico foi muito aproveitado pelos atores CAROL CASHIE, intérprete de Nina, em vias com
suas costuras e amante das novelas de rádio, dá um show de
interpretação comovendo a todos e CESAR BACCAN, vivendo Zé, o marido desempregado,
fanático pelo Corinthians, defende brilhantemente as ações propostas, com um
texto que tem muito que refletir.
“O texto mostra a dificuldade de
Zé em encontrar trabalho, o que torna a relação com Nina, sua esposa, cada vez
mais complicada. Nessa situação de penúria, ele revela um lado que ela antes
não conhecia”.
A supervisão
artística de OSWALDO MENDES foi um acerto, sendo inquestionável
quanto ao conhecimento da obra e evidentemente do autor, o qual deixou o
espetáculo sem arestas para ninguém atirar a primeira pedra.
SERVIÇO – TEATRO ALIANÇA FRANCESA – Sala Atelier - Rua
General Jardim 182 – Vila Buarque. Tel.: 3572-2379. Quinta a sábado: 21h. Domingo,
às 19h30. Ingresso: 30,00 até 24/02/19. 12 Anos. Duração: 60 Minutos.
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