quinta-feira, 25 de abril de 2019

A GOLONDRINA
 Pedro Cosmos

Depois do sucesso de TOM NA FAZENDA, outra narrativa inserida na temática GLBT, abordando a liberdade, diversidade e a aceitação, entra em cartaz para deixar o nosso teatro ainda mais eloquente.

 A GOLONDRINA - premiado texto do espanhol GUILLEM CLUA, (A Pele em Chamas, O Gosto das Cinzas, A Golondrina, Marburg, Invasão, Assassino, 73 Razões Para Deixar-te, Morte em Veneza, No deserto, Smiley e Al Damunt Dels Nostres Cants), Celebrado recentemente na Espanha e em Londres, é inspirada em atentado terrorista nos EUA, também é excelente, muito bem escrito, de muito bom gosto e prende a plateia do início ao fim com as interpretações dos atores TANIA BONDEZAN e LUCIANO ANDREY, os quais dão vida aos personagens na melhor forma “Stanislaviskiana” possível.


                                                                       
                                                                                  Foto de Jairo Goldflus

A peça mostra o encontro entre Amélia, uma severa professora de canto, e o estudante Ramon, que a procura para melhorar sua técnica vocal com a intenção de cantar no memorial de sua mãe recentemente morta. A música escolhida tem um significado especial para ele e, aparentemente, também para ela. Apesar de sua relutância inicial, a mulher concorda em receber o jovem em sua própria casa e ajudá-lo e no decorrer da aula, os dois personagens vão revelando detalhes de seu passado que se entrelaçam como num quebra-cabeças.

 
                                                                                     Foto: João Caldas Fº

TANIA está impagável no papel da severa Amélia, professora de canto, que por meio de um encontro transformador com o seu aluno, vê revelada a morte do seu filho, expondo dissabores conflitantes que elevam o tom do espetáculo, graças a interpretação acertada em um texto difícil, que requer muita emoção, busca interior e compreensão do amor de ambos os lados, fazendo-nos tomar partido nas ações dramáticas. “O que nos torna humanos? Para Amélia (personagem de Tânia Bondezan) a resposta encontra-se na capacidade de sentir a dor dos outros como se fosse nossa”. E este é o sentimento que corre ao longo da espinha dorsal de A Golondrina.

LUCIANO, intérprete do misterioso aluno Ramon responde a altura da personagem. Ator muito talentoso e seu duelo leva a um embate perfeito promovendo cenas fortes, dignas de todos os aplausos.


Foto: João Caldas Fº


GABRIEL FONTES PAIVA – o diretor, co-fundador do bem sucedido Grupo 3 de Teatro, ao lado de Yara de Novaes e Débora Falabella, tem construído uma carreira favorável no teatro. Como diretor esteve a frente de “Marte Você Está Aí?”, texto de Silvia Gomez, com Selma Egrei, Michelle Ferreira e Jorge Emil no elenco, e em 2015 dirigiu “Uma Espécie de Alasca”, de Harold Pinter, com Yara de Novaes, Mirian Rinaldi e Jorge Emil. Sua direção é limpa, valorizando, sobretudo os atores.
  
TOM NA FAZENDA (Vê serviço no blog) merece todo sucesso e A GOLONDRINA não faz por menos, também vai ter uma carreira promissora. As duas apresentam narrativas atuais, promovendo muita reflexão, mostrando inclusive, a função social do teatro em meio a tanta contrapartida que por si só esse tipo de arte já oferece.

O espetáculo é produzido por RONALDO DIAFÉRIA, TANIA BODEZAN E ODILON WAGNER, valendo muito a pena ser prestigiada. É o teatro em boas mãos.


SERVIÇO - TEATRO NAIR BELLO – Shopping Frei Caneca - Rua Frei Caneca, 569 tel.: 3472-2414-Sexta e sábado às 21h e domingo às 19h Ingressos: R$ 60 e R$ 30,00. Duração: 90 min. Classificação: 16 anos. Temporada: de 19/04 

quinta-feira, 18 de abril de 2019


Pedro Cosmos

TOM NA FAZENDA
Depois de grande sucesso no Rio, ter passado por vários teatros com ingressos esgotados, o SESC Santo Amaro recebe o texto do autor canadense MICHEL MARC BOUCHARD, traduzido por ARMANDO BABAIOFF, e o sucesso não poderia ser diferente. A produção ficará por mais duas semanas para contentar o público paulista.
Do cinema para o teatro, boas narrativas resultam em grandes dramaturgias. Forte, tenso, conflitos sustentáveis que prende a plateia satisfatoriamente. Também muito necessária por se tratar do ser humano com temática muito recorrente, que faz parte da realidade de muitos jovens, que na sua “descoberta sexual” são vitimados pela sociedade hipócrita e em grande parte pela família.
A direção de RODRIGO PORTELLA soube aproveitar cada palavra para deixar um espetáculo muito inteligente e de elegância ímpar. A cenografia ousou na criatividade, vindo ao encontro de um faz de contas fascinante. Faz-se presentes todo cenário imaginário, mostrando um teatro de qualidade excêntrica.
O Elenco composto por ARMANDO BABAIOFF, KELZY ECARD, GUSTAVO VAZ e CAMILA NHARY é um acerto. Os atores deixam tudo acontecer naturalmente, as lutas cênicas são de uma beleza plausível.

                                                                                  Foto: José Limongi 
A narrativa fala de vidas, de amor, de família, companheirismo, aceitação, sem excluir a homofobia, tudo conduzido sem pieguices. O publicitário Tom chega à fazenda, após a morte do seu companheiro, para participar do funeral. Ao chegar, ele descobre que a sogra nunca tinha ouvido falar dele e tampouco sabia que o filho era gay. Nesse ambiente rural austero, Tom é envolvido numa trama de mentiras criada pelo truculento irmão do falecido, estabelecendo com aquela família relações de complicada dependência. A fazenda, aos poucos, vira cenário de um jogo perigoso, onde quanto mais os personagens se aproximam, maior a sombra de suas contradições.
                                                                                       Foto: José Limongi 
“Somos felizardos em poder contar essa história, agora em são Paulo, e somos gratos à trajetória que o espetáculo está realizando sem qualquer recurso vindo de leis de incentivo”, completa Babaioff.
Vale a pena ser prestigiado e o teatro agradece a contribuição de vocês.

SERVIÇO: SESC SANTO AMARO – Rua Amador Bueno, 505, Santo Amaro, Tel.: 5541-4000. 279 lugares, Sexta: 21h, sábado: 20h e domingo: 19h. Ingressos: R$ 9,00 a 30,00. Até 28/04/2019. Duração: 2h.

domingo, 14 de abril de 2019



TRES MUDANÇAS – Com direção do experiente MÁRIO BORTOLOTTO, criador do Núcleo bem sucedido CEMITÉRIO DE AUTOMÓVEIS, espetáculo "Três Mudanças", traduzido por Clara Carvalho aterriza no teatro Itália, após temporada de sucesso no SESC Ipiranga.

Como já visto em outras montagens brasileiras, o renomado dramaturgo norte-americano NICKY SILVER, insere nos seus textos, “Os Solitários” (Felipe Hirsch), “Adorável Garoto” (Maria Maya), “Família Lyons” (Marcos Caruso) e “Os Altruístas” (Guilherme Weber), o drama, a comédia e o existencialismo pop, sendo perceptível a revelação de especificidades do ser humano em várias vertentes como o isolamento, a punição, a culpa, a negação, as disfunções psicológicas, sociais e as várias inclinações da sexualidade. Tipos esses, que na sua complexidade ressaltam as relações familiares e que corrói as entranhas desses, e de tragédias individuais.



A obra conta a história de Nathan e Laurel, um casal que vive aparentemente feliz em um bairro de classe média alta em Nova Iorque. Entretanto, a chegada de Hal, o irmão mais velho de Nathan e autor bem-sucedido de seriados de TV, muda completamente o cotidiano da família, expondo a fragilidade da relação e alterando drasticamente o estado das coisas. Hal traz para a casa, um morador de rua, pela o qual se apaixona, deixando o ambiente ainda mais conturbado.
A peça é uma crônica de costumes tragicômica que questiona as estruturas familiares contemporâneas ao evidenciar a busca incessante do ser humano por estabelecer vínculos e compartilhar laços frente à solidão das relações.



Com brilhantes interpretações dos atores: CAROLINA MÂNICA, NILTON BICUDO, BRUNO GUIDA, LUCAS ROMANO E RENATA BECKER, o espetáculo agrada, o  quinteto sabe jogar muito bem, além de nos deparamos com (Niltinho) o qual costumamos vê-lo em comédias, nos surpreendendo ao oscilar do humor a uma personagem com mais seriedade com muita classe.



                                                                                Crédito: Julieta Benoit

Em fim, vale a pena ser conferido!

SERVIÇO - TEATRO ITÁLIA – Av. Ipiranga, 344, Centro - Tel.: 3255-1979 - Quartas e quintas às 21h. Ingressos: R$ 50,00. 75 min. Classificação: 16 anos. Temporada: 11/04 a 02/05/19. (Não haverá sessão no dia 24 de abril). 



Pedro Cosmos

POUSADA REFÚGIO – A comédia dramática com texto de LEONARDO CORTEZ, a qual discute o descontentamento geral da classe média brasileira com a realidade do país e o desejo de abandonar tudo para viver mais perto da natureza, dispensa qualquer comentário sobre a sua carpintaria cênica, pois sua dramaturgia é perfeita, intrigante, com conflitos intrínsecos, pegada psicológica, diálogos muito bem construídos, com todas as possibilidades para um ator se debruçar e pirar na interpretação, resultando em um espetáculo grandioso.

O espectador vivencia um teatro com belíssimas interpretações que fazem refletir, sorrir, se odiar, além de se postar no lugar do outro. 

A direção do experiente e talentoso PEDRO GRANATO é perfeita. Tudo transformado em ação, desenhos de cena que prendem a plateia, atores livres, leves se soltos, promovendo o melhor do teatro.




                                                                                                   Fotos: Ana Alexandrino

Em Pousada Refúgio, o Publicitário Zé Carlos (LEONARDO CORTEZ) e sua mulher Walkíria (GLAUCIA LIBERTINI), recebem para jantar o casal Professor Pardela (MAURÍCIO DE BARROS) e a Psicóloga Cleide (TATIANA THOMÉ) para brindarem a amizade de longa data e o desejo de construir uma pousada bem distante da cidade no meio da natureza. Entre um gole e outro, festejam a maquete da Pousada Refúgio e várias situações vão surgindo, vindo à tona atitudes comprometendo os anfitriões, revelando algo muito comprometedor, o qual faz esquentar ainda mais.
O sonho da pousada se desmorona, fazendo com todos revelem a sua personalidade.  (DANIEL DOTTORI) o preparador da festa, ganha a cena em interpretação plausível e nesse ínterim as máscaras caem.  O vínculo de amizade toma outro rumo quando se trata do dinheiro investido e o uso  feito com ele leva a um embate conflitante.

Segundo Granato, “Estamos falando da classe média, do amigo desempregado, dos amigos que têm filhos e veem o casamento entrar em crise, da frustração com a profissão, do desânimo provocado pelas crises econômica e política. O que eu acho mais legal é sair desse universo do teatro autorreferente, que só revisita textos clássicos, para falar sobre como as pessoas vivem hoje no país”.

Os atores estão impagáveis, promovem cenas hilariantes, tudo feito com muito realismo e comicidade, ressaltando em um teatro de altíssima qualidade, sendo meritórios de todos os prêmios. Ressalto aqui a grandiosidade do ator MAURÍCIO DE BARROS o qual se mostra um artista que oscila entre todos os gêneros do teatro. Não à toa, foi vencedor do Prêmio APCA como melhor ator.

É um teatro para ser visto e revisto várias vezes.

EVA HERZ – Av. paulista, 2073, Cerqueira César – 3170-4059 – Sábado – 17h. Estreou em 05/10/17. Ingressos: 50,00. 14 anos. 80 minutos. De 13 de abril a 29 de junho de 2019.

quarta-feira, 10 de abril de 2019



Pedro Cosmos

LOLOUCAS – Depois de grande sucesso no Rio de Janeiro, São Paulo tem a chance de dar altas risadas no teatro Raul Cortez com a comédia escrita por Heloísa Périssé, que a princípio era monólogo e a autora resolver trazer a outra personagem para a cena.
A direção coube a Otávio Muller, o qual concentrou tudo em uma conversa amigável com a plateia.
Heloísa divide a arte do riso com Maria Clara Gueiros, uma parceira a altura, unindo a amizade de longa data a uma saudação entre amigas mostrando a valorização da amizade e a vontade de viver. As atrizes fazem a plateia dar constantes risadas por meio de suas personagens, duas senhoras na carreira dos 50 anos, que discutem com humor, os percalços da passagem do tempo. São frequentadoras assíduas do teatro, do tipo que fretam vans e chega atrasadas, daí ganham a cena fazendo o espetáculo acontecer.
                                                                                           Douglas Jaco
Heloísa analisa: “A grande conclusão é que a vida começa a acontecer na sua plenitude quando se perde o medo de perder. A partir de certa idade, podemos nos sentir mais livres de julgamentos”. Dessa forma, as personagens abusaram do que a vida pode lhes oferecer vivendo cada dia com humor aproveitando o melhor que a vida oferta.
As sextas-feiras, outra talentosa atriz comediante MÁRCIA MANFREDINI assume o lugar de Maria Clara Gueiros, evidentemente, a comédia não perde o seu brilho e está em boas mãos. A substituta está a altura, sem necessidade de tecer comentários a sua atuação.
Em fim é um espetáculo que objetiva o riso, com duas comediantes que dispensa comentários, pois não precisa provar nada para ninguém quanto o seu talento, simplesmente, em dias de desvalorização da cultura, todas as foras precisam ser somadas, seja global ou não, o foco é  unir forças e deixar o teatro continuar.
Foto: Priscila Prade / Divulgação
SERVIÇO – TEATRO Raul Cortez - Rua Dr. Plínio Barreto, 285, Bela Vista – 3254-1631 – Sexta: 21h30 e sábado 21h e domingo 18h. Ingresso: 90,00. Até 06/04/19. Duração: 70 minutos. Classificação indicativa: 14 anos.

terça-feira, 9 de abril de 2019



HOMENS DE PAPEL

Plínio Marcos (1935-1999), um dos mais importantes dramaturgos brasileiros, autor de inúmeras peças de teatro, escritas em sua maioria na época do regime militar, se mostra atual pela forte narrativa a qual o ser humano se mostra por inteiro, sem máscaras, expondo suas verdades e apontando pontos de vista da sociedade que esbarra em debate e reflexão diversa, em sua maioria, mostra uma sociedade que a sociedade ignora ou finge desconhecer. Seus textos levam os atores a pesquisar o submundo e se entender como “gente” em ambiente onde o lema é “sobreviva se puder”.

HOMENS DE PAPEL tem no enredo a triste história de um grupo de catadores de papel e suas relações de trocas comerciais exploradoras, enfatizando sempre a busca humana pela sobrevivência. A busca pelo ponto é disputada, o chefe que tem o poder e rouba no peso, seus comparsas, a pilha que um grupo põe no outro na defesa da moralidade, gerando conflitos e ações dramáticas infindáveis. É uma obra que necessita de muito cuidado para não cair na pieguice e fazer o espectador perder o interesse. Têm inúmeros personagens reais, que inferem em um mergulho profundo do ator/ser humano, promovendo interpretações plausíveis.


                                                                             Foto: Enrique Espinosa

O professor e diretor Sérgio Ferrara, com talento e experiência em grandes espetáculos e na condução de atores premiadíssimos, acertou em cheio na montagem composta pelos alunos da escola de atores Wolf Maya, exibindo o submundo do lixo em alto estilo, pois o resultado é algo para vê com profissionalismo incontestável graças ao desempenho dos alunos atores em uma entrega invejável. Aliás, podem ser considerados profissionais todos aqueles que estavam no palco brilhantemente, que pela coragem e ousadia faço questão de citar um por um: ADALIA PEREIRA, ALYNE MONTENEGRO, BEATRIZ EIRAS, BIANCA DE SOUZA, BRYAN PARASKY, CHRISTOPHER RUAS, DANILO ABURAD, EVERALDO CORTES, GABRIELLY BRÁS, ÍRIS GHANEM, ELLA GOES, JULIANA FERRARI, LARISSA PALACIO, LEANDRO TADEU, LIA BENACON, LUIZA LINDHOLM, MARCELO PEREIRA FELIX, MARIANA MURARI, MAURÍCIO FIORI, PEDRO BONILHA, RAPHAEL MORETTO, VINICIUS NASCIMENTO, WENIS CAETANO E WILLIAM DAVID.

                                                 
                                                                                             Foto: Enrique Espinosa

As cenas estreladas por LARISSA PALÁCIO (Nhanha) ressaltando que o amor fala mais alto ao batalhar por um enterro decente para a filha, contrapondo a visão do chefe Berrão (LEANDRO TADEU), deixou a plateia comovida e silenciosa, tamanha à dramaticidade da atriz, a verdade da personagem e o embate com os demais sempre no crescente. Vê-se o nascimento de uma atriz, um talento a ser explorado e notado, obviamente o teatro agradece. Aliás, o elenco inteiro é de uma qualidade estrelar.
                                     
                                                                              Foto: Enrique Espinosa

Ferrara contou com os assistentes na direção: André Pottes, Dani Rombolli, Enrique Espinosa, Gabriella Brito, Hellen Miranda, Igor Lima e Jo Luna no projeto coordenado pedagogicamente por Josemir Kowalick e na coordenação geral: Hudson Glauber.

Em fim, vale a pena ser prestigiado e segurem as emoções!

SERVIÇO – TEATRO NAIR BELLO – Rua Frei Caneca, 569, Tel.: 3472-2414 Sexta e sábado – 21h. Domingo: 19h, R$ 15,00. Classificação: 16 anos. Duração: 80 min. Gênero: Drama. De 05 a 14/04/19.


sábado, 6 de abril de 2019


Pedro Cosmos

GLÓRIA

É o novo espetáculo do Grupo GATTU, escrito e dirigido com maestria pela competente mulher de teatro ELOÍSA VITZ, artista que tem mostrado a verdadeira função do teatro a cada montagem.

O espetáculo completa a tetralogia do grupo, com projeto contemplado pela Lei Rouanet, apresentado para o público gratuitamente em um espaço muito acolhedor, sendo um potencial formador de plateia, construindo sua história no cenário teatral.

 AMOR, FORTUNA, GRAÇA E GLÓRIA, obviamente, faz parte do desejo de muitos seres humanos desde a criação do mundo. Desse desejo que se associa ao poder. Não à toa, o poder está sempre presente nas grandes obras: Os Luzíadas de Camões, "Ó glória de mandar! Ó vã cobiça! Desta vaidade, a quem chamamos Fama”... Discorrendo sobre o poder a qualquer preço, e na poesia de Vinícius de Moraes, O Operário em Construção “Dar-te-ei todo esse poder e a sua satisfação”..., na qual patrão tenta corromper o empregado. E nesse ínterim, nasce um espetáculo com muito a dizer filosoficamente, além de promover muita comicidade.


                                           Foto: Claudinei Nakasone


Na narrativa, ambientada em uma ilha, de um lado, Gal (MARIANA FIDELIS) uma sacerdotisa bonita e poderosa, assessorada pelo divertido Lori (DANIEL GONZALES) tem sede de mais poderes, vê-se pequena diante de sua adversária política, a líder comunitária Rigola, personagem da talentosa MÍRIAM JARDIM, que pleiteia a disputa pelo governo. Nessa relação de poder sobressai o mais forte, extrapolando a ética a moral e outros valores intrínsecos, ressaltando o “salve se quem puder.”

                                     Foto: Claudinei Nakasone


MÍRIAM é ganhadora do VI Prêmio Aplauso Brasil na categoria Melhor Atriz e continua como fiel escudeira de ELOÍSA na assistência de direção.  A artista defende muito bem sua “Rigola” líder comunitária, jogando bem com o time de atores carismáticos, talentosos, além de receptivos. LAURA VIDOTTO, TAMIRES KAUANDA e JAILTON NUNES integram o elenco, com boas atuações, crescem a cada montagem, deixando o grupo com harmonia ímpar.
Eloísa, “a frente do Grupo Gattu realizou, entre outros, os espetáculos: Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente (2008);Viúva porém Honesta de Nelson Rodrigues (2008/ 2009/2011); Dorotéia de Nelson Rodrigues (2008/2009/2010/2011);Boca de Ouro de Nelson Rodrigues (2010/2011/2012); Serpente de Nelson Rodrigues (2011/2012); e A Falecida de Nelson Rodrigues (2017). São de sua autoria os textos das peças:  Rapunzel (2012/2013/2014); indicado ao Prêmio FEMSA de melhor texto adaptado para teatro infantil, Frisante (2013);  Reino (2014); – vencedor do prêmio de melhor texto do Portal R7,  Reino 2 (2015); Amor (2015); Cinderela (2016); Fortuna (2016;, Graça (2017) e A Bela e a Fera (2018;, alem de ter se destacado como atriz no grupo TAPA em vários espetáculos.
Em fim, é um trabalho que vale a pena ser prestigiado.
SERVIÇO – TEATRO DO SOL – Rua Damiana da cunha, 413, Santana – Tel.: 3791-2023 – Sextas e Sábados às 21h e domingos às 19h. Entrada Franca. De 30/03 a 02/06/19. 60 minutos.

O ANDARILHO

www.artedoentretenimentosp.blogspot.com   O ANDANTE   RODRIGO NASCIMENTO, ator vindo de algumas comédias de sucesso, mostra outra face d...