terça-feira, 30 de janeiro de 2018

OS GUARDAS DO TAJ produção excepcional em cartaz no Teatro Raul Cortez

Pedro Cosmos

A lenda da construção de um dos monumentos mais importantes do mundo “O Taj Mahal” que a história sempre escondeu é revelada na montagem teatral idealizada pela Morente Forte, dirigida por Diretor: Rafael Primot e João Fonseca, com texto do autor americano Rajiv Joseph. O autor tem ascendência indiana, é dramaturgo premiado, tendo o seu primeiro texto montado no Brasil. É autor de filmes, peças e livros, finalista do prêmio PULITZER por TIGRE DE BENGALA DO ZOOLÓGICO DE BAGDÁ.
Ricardo Tozzi e Reynaldo Gianecchini - Foto: divulgação

A produção estreou em novembro 2017 em Portugal com grande sucesso, o qual será repetido aqui, pela grandiosidade do texto, da equipe de produção excepcional e sem dúvida, pelo elenco estrelar: Reynaldo Gianecchini e Ricardo Tozzi. Os dois amigos de infância Humayun (GIANECCHINI) e Babur (TOZZI) se confrontam em prol de regras estabelecidas em um jogo envolvendo amizade e cumplicidade. Em cena, eles vivem interpretam os guardas indianos que vigiam as obras do monumento, o qual foi construído em homenagem a mulher do imperador, sendo estes proibidos de apreciarem o Taj Mahal ainda não revelado. Haja fidelidade para se controlar diante de tanta curiosidade a cerca do esplendor da obra. Para não sofrerem represálias, eles enfrentam uma série de embates morais ao longo da história, vindo à tona a discussão do belo, a fidelidade, o dever e a amizade ao longo da narrativa, fazendo nos refletir se vale a pena pagar um preço tão alto para atingir a perfeição.
A personagem de Gianecchini é o bom filho. Faz tudo direito, muito obediente, porque a ele convém. Enquanto Tozzi tem a sua personagem curiosa é sonhadora. As mesmas são defendidas pelo Gianecchini como “A razão e a emoção”, ingredientes perfeitos para que o autor construísse uma boa história, eliminando da obra obviamente as demais personagens, centralizando apenas nos dois guardas, promovendo bons momentos.

SERVIÇO: Teatro Raul Cortez - Rua Dr. Plínio Barreto, 285, Bela Vista – 3254-1631 – Sexta e sábado 21h e domingo 18h. Ingresso: 60,00 a 80,00. 25/03/2018.

MUSICAL 2 FILHOS DE FRANCISCO NO TEATRO CETIP

Pedro Cosmos

Depois do sucesso do filme de mesmo nome, o diretor Breno Silveira trouxe para os palcos a historia da dupla sertaneja ZEZÉ DE CAMARGO E LUCIANO em forma de musical, com texto de Carolina Kotscho. O roteiro não apresenta grandes contribuições à dramaturgia se prendendo basicamente na biografia dos sertanejos, porém, a montagem se supera pela equipe de profissionais de inquestionável qualificação: Miguel Briamonte na direção musical, Raquel Ripani como diretora associada, Cesar de Ramires como designer de Luz, Marcela Altberg na produção de elenco, artistas talentosos que engrandecem o musical. 
Foto: Marcos Mesquita
O enredo muito conhecido por meio do filme fala da trajetória de Mirosmar (Zezé) e Welson (Luciano) Empurrados pelos pais para a música, vividos na primeira fase pelos atores mirins que muito emocionaram: Alex Novais, Bruno Barros, Marcos Souzza, Pedro Miranda e Renatinho, caminhando aos trancos e barrancos levando muitas batidas de porta até chegar ao topo do sucesso sendo uma das duplas sertanejas de maior repercussão no cenário nacional. 
O público se depara com sucessos da carreira do cantor e outras originalmente compostas para o espetáculo. O elenco é composto por grandes nomes do teatro musical brasileiro, todos muito bem preparados para a sua função exaltando muito talento e entrega das personagens, chegando a perfeição em sua composição: Laila Garin, Rodrigo Fregnan, Beto Sargentelli, Bruno Fraga, Eline Porto, dentre outros que se reversam em diversas personagens, com entrega perfeita dos atores-cantores resultando em um espetáculo plausível. Beto Sargentelli vive o seu melhor momento interpretando Zezé de Camargo. 

SERVIÇO – TEATRO CETIP – Rua Rua Coropés , 88, Pinheiros, Região Oeste Telefone: 4003-5588, 627 lugares – Quinta e sexta – 21h. Sábado 17 e 21h. Dom. 18h. Até 25/02. Ingresso: 120,00 a 140,00. 

NILTON BICUDO ALCANÇOU A PERFEIÇÃO EM MYRNA SOU EU

Pedro Cosmos 
O consultório sentimental de Nelson Rodrigues pode ser conferido mais uma vez, agora no Teatro Sérgio Cardoso. O monólogo cômico estreou em 2013 com direção de Elias Andreato estrelado pelo excelente Nilton Bicudo. Ator e diretor mantém parceria em cena há longa data, o que tem resultado em bons frutos. Recentemente Elias dirigiu o texto “A Graça do fim” do saudoso Fauzi Arap, montagem a qual Nilton interpretou um velho doente e atualmente os dois integram o elenco da comédia de Célia Forte, AMIGAS PERO NO MUCHO. 
foto: João Caldas
Niltinho, como costuma ser chamado, se encontra na quarta temporada vivendo a terapeuta Myrna, apresentadora de um programa de rádio diferente de todas, muito irônica, debochada, porém elegante e carismática. 
Inicialmente as frases vindas do Dr, Wernneck, personagem de Bonitinha, Mas Ordinária “Toda família tem...”, sugerindo que ninguém é perfeito já nos conduz para o que vem pela frente, ou seja, senta que lá vem comédia. 

O artista construiu sua personagem falando com muita classe sem se perder uma palavra, alcançando a perfeição, com tudo na medida certa. Os seus conselhos sentimentais resultam em sucesso arrancando fortes gargalhadas, inclusive das mulheres que riem de si mesmas, da maneira escachada que a terapeuta dá as respostas aos seus leitores. Evidentemente, nem tudo aquilo que elas querem ouvir, mas dentro do universo rodrigueano é bem válido.
Em fim, vale a pena conferir esse trabalho e ter boas risadas garantidas. 
SERVIÇO-Teatro Sérgio Cardoso – Sala Pascoal Carlos magno, 153, Bela Vista - fone: 3288-0136 – SEGUNDAS às 20h. Duração: 60min. Ingresso: 40,00. De 15/01 a 26/02.

"O HOMEM QUE QUERIA SER LIVRO" A ALMA HUMANA PROMOVENDO EMOÇÕES À FLOR DA PELE

Pedro Cosmos
O amor, carinho, a vida, a morte e muitas lembranças são ferramentas que se fazem presentes no espetáculo poético escrito por Flávio de Souza, com montagem idealizada e vivida pelo ator Darson Ribeiro, com direção de Rubens Rushe e assistência de Arnaldo D’Ávila. Darson teve a sorte de conseguir reunir estes grandes profissionais que corroboraram com o seu processo conduzindo-o para promover um espetáculo brilhante, valorizando o que permeia o universo poético e deixando a sua interpretação irretocável, ou seja, tudo na medida certa. 
foto: Eliana Souza
É um monólogo para ser apreciado pelos amantes da poesia e por todos aqueles que desejam vivenciar a entrega de um ator com muita sensibilidade, percorrendo as várias possibilidades que a poesia promove: A riqueza das palavras, a leveza, invasão na alma humana promovendo a emoção à flor da pele e a ludicidade. 
Inicialmente, o presente para os nossos ouvidos vem por meio da poesia popular de Teixeirinha ”Coração de luto” recitada por Ney Matogrosso, momento este que já nos conduz para o que está por vir. As lembranças da sua mãe, envolvendo suas particularidades mais íntimas na relação mãe e filho, o amor pelos livros ao citar Shakespeare e na inserção do Cavalheiro da Triste Figura postando-nos na literatura universal de Miguel de Cervantes, o desejo de ser livre fazendo um contraponto com o homem que queria ser livro, promoveram cenas eloquentes, elevando-nos à um universo mágico que é a poesia. 
Os espectadores presentes se sentiram contemplados com trabalho do artista, o qual deve ser conferido por tudo o que a poesia representa alem da dedicação do ator que está excelente em seu papel. Embora o espaço não ofereça grandes acomodações, a plateia não se mostrou incômoda com o excessivo calor e as cadeiras colocadas no mesmo nível impedindo as visualizações e a grandiosidade de sua interpretação superou as intempéries. 
SERVIÇO – TEATRO DA LIVRARIA DA VILA– Alameda Lorena , 1731, Jardins – Fone: 3062-1063 - Sextas e sábados 20h. - Até 03 de março. Ingresso: 60,00.

O ANDARILHO

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