MACACOS
Com o surgimento deste espetáculo também surge um ator, um dramaturgo e um diretor. Clayton Nascimento (Companhia do Sal) está nos palcos para fazer história e sem sombra de dúvida está fazendo para valer e para ser vista.
O palco do teatro CACILDA BECKER se mostra pequeno diante da monstruosidade desse artista multifacetado de nome CLAYTON NASCIMENTO, que em sua entrega perfeita promoveu o melhor que um artista pode promover no cenário teatral. Trazendo para si vários personagens escravizados pelo preconceito, vitimizados pela cor preta, pela total falta de respeito, falta de empatia, rompendo inúmeras vezes a “quarta parede” para aguçar a nossa consciência e com seu carisma singular, fez com que mais de duas horas não cansasse os presentes.
Foto:
Divulgação
Um espetáculo muito
necessário para ser visto por todos, tanto por tocar profundamente, quanto por
toda contrapartida social que apresenta, contextualizando com a história em espécie de aula aberta, elucidando
muitas passagens históricas e verdades que a história sempre escondeu, entre
golpes e o tomar proveito, além de iluminar aos presentes, com muito carisma, o
que sofrimento do povo negro em todas as especificidades.
CLAYTON em sua performance, extrapola o entretenimento com maestria, fazendo daquele momento uma tomada de consciência, instigando a todos a reverem os seus conceitos, e durante mais de duas horas em um monólogo, uma plateia muito significativa em dias friorento e chuvoso, esquece o tempo, a vida lá fora e perder o último trem em um teatro descentralizado pouco importa.
Seu monólogo foi criado a partir do caso do goleiro Aranha, do Grêmio, após sofrer ofensas racistas e nesse contexto o teatro mostra também sua função por meio dessa denúncia social que é não baixar a cabeça para o racismo estrutural. O nome do espetáculo faz referência a uma das formas de xingamento mais usada para ofender os negros no mundo todo. “O preconceito contra os povos pretos é abordado em cena a partir do relato de um homem-negro que busca respostas para o racismo que rodeia seu cotidiano e a história de sua comunidade”.
FICHA
TÉCNICA
Clayton
Nascimento - Diretor, Ator e Dramaturgo
Ailton
Graça – Provocador cênico
Aninha
Maria Miranda - Diretora de Movimento
Daniele
Meirelles - Diretora técnica e Iluminação
Muca
-
Arte
Vinicius
Bogas - Iluminação
Bará
Produções – Produção
Corpo
Rastreado – Produção
O projeto foi contemplado pela 13ª Edição do PRÊMIO ZÉ RENATO - Secretaria Municipal de Cultura e vale a pena adiar tudo e se preparar para prestigiar. Somente até este domingo!
TEATRO CACILDA BECKER - Rua Tito, 295. Lapa. T. 11 3864.4513. Sexta a sábado, 21h; domingo, 19h. Gratuito (retirar ingressos com 1h de antecedência). (80min). 14 anos. De 04 a 07/08. Para informações do grupo no Instagram: @ciadosal
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