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O AUTO DA COMPADECIDA – UNIVERSO SUASSUNA
Assim como em “UMA MULHER
VESTIDA DE SOL, A PEDRA DO REINO, O SANTO E A PORCA, QUADERNA, dentre outros
clássicos popularmente conhecidos do autor ARIANO
SUASSUNA, (1927-2014), não poderia deixar de escapar o poder, a hipocrisia, a
falta de caráter e na mais conhecida e popular O AUTO DA COMPADECIDA,
esses ingredientes se fazem presentes, gerando comicidade a qual contempla o
público ávido por uma boa comédia.
Com dramaturgia inspirada na literatura de cordel, sobretudo
no folheto O CACHORRO QUE DEFECAVA DINHEIRO, do cordelista Leandro Gomes de
Barros, Suassuna cria um texto cômico e poético narrando as aventuras de João Grilo e seu fiel escudeiro Chicó, dois personagens da cultura popular, que na sua
extrema pobreza, vivem de pregar golpes e assim garantir a sua sobrevivência,
gera muita empatia entre todos os públicos. Nas trapaças e cumplicidade entre
os dois personagens, não poupam ninguém e com seu jeito peculiar convence até o
mais temido dos homens, ou seja, o cangaceiro Severino de Aracaju a cair na sua
armadilha. Há um julgamento em sua defesa, entrando em conflito o profano e o
sagrado e diante de todas as artimanhas dos “Malazartes”, é perceptível a torcida
para que esses sejam inocentados.
Contextualizando com Macunaíma de Mário de Andrade, o herói sem
caráter, este tem o apreço do público, além de serem inocentados pelas suas
artimanhas, pois eles fazem tudo em prol de sua sobrevivência e fazem questão
de mostrar que para esperto só esperto e meio e nesse ínterim acaba tendo êxito
em suas trapaças.
No entanto, a montagem dirigida por RUBER GONÇALVES, em cartaz
no TEATRO SANTO AGOSTINHO, tem seu
brilho, agrada o público
potencialmente, casa lotada, muitas risadas e um grande elenco, sem revezamento
nas personagens, remetendo a um trabalho de grupo, sem egos e vaidades, com
figurino totalmente adequado, a trilha sonora executada pelo grupo e o tom da
comédia esperado é notório.
O diretor imprimiu bom ritmo, acrescentou um prólogo elucidando a
trajetória de Suassuna ambientando o público na cultura popular, sobretudo na
literatura de cordel. Fez muitos cortes no texto, mas não perdeu a qualidade e a
essência deixando o texto direto mais fluente. A narrativa embora conhecida do
público não comprometeu a obra e a comédia surge eficazmente se mostrando por
inteira perante os espectadores.
No elenco: NANDO
BARBOSA, LUCAS RONCONI, ALEXANDRE FREITAS, ARMANDO POLONIATO, CRIS MAZZUCA,
GLAUBER DIAS, KLEVER RAVANELLI, LISIETTE NAVARRO, MÁRIO CÂNDIDO, RAFAEL SOPRAN,
RENATO ARANTES E RITA LOPES, se mostraram que compreenderam bem o espírito
da comédia e o universo do dramaturgo sobressaindo corretas interpretações,
alguns já conhecidos dos palcos, no entanto, sem necessidade de imprimir
comentários particulares justamente por manterem a chama acesa com as devidas
interpretações.
Elenco e diretor falando
sobre o seu processo de montagem
SERVIÇO: TEATRO SANTO AGOSTINHO - Rua Apeninos, 118 (Próx. estação
Vergueiro do Metrô) – Liberdade - censura: 14 anos.
Valores R$ 70,00 (Inteira) Antecipado – R$ 31,90 + Taxa
Horário da Bilheteria
de quarta a domingo, das 15h às 20h. Em dias de
apresentação, até o horário do último espetáculo.
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Cosmos – (11) 99794-1505
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