quarta-feira, 8 de junho de 2022

POR QUE NÃO VIVEMOS?

POR QUE NÃO VIVEMOS?

Após o sucesso entre as Cidades de Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília, POR QUE NÃO VIVEMOS? chega a São Paulo para curta temporada, e por promover um dos mais belos espetáculos com a estética realista já visto no cenário teatral, se faz necessária conferir essa montagem no TEATRO DO SESC SANTO AMARO, visto que não se encontra adjetivos suficientes para ressaltar esse trabalho.


  Foto: Nana Moraes

A dramaturgia vem com uma pergunta permitindo que façamos mais perguntas: Muitos porquês, questionamentos, dúvidas, indagações, o que poderíamos ter feito e não fizemos, fazendo com que tenhamos uma reflexão de nós mesmos e é dentro desse contexto que nos vemos, para enxergarmos que a dúvida predomina sobre a certeza.

A direção de MARCIO ABREU prima pela criatividade singular, desprovida de todos os preconceitos e tabus, trazendo um clássico para os dias atuais, sem exageros, mostra inovação em todas as especificidades, tendo parceiros na equipe técnica inquestionáveis, dos desenhos de luz, a sonoplastia, os quais elevam o espetáculo a uma grandiosidade poética de grande expressividade.

Segundo o diretor: “A peça trata de temas recorrentes na obra de Tchekhov, como o conflito entre gerações, as transformações sociais através das mudanças internas do indivíduo, as questões do homem comum e do pequeno que existem em cada um de nós, o legado para as gerações futuras – tudo isso na fronteira entre o drama e a comédia, com múltiplas linhas narrativas”.

Texto intitulado Platonov, escrito pelo Dramaturgo Russo ANTON TCHEKHOV (1860-1904), por volta dos 20 anos, contando a história do professor Platonov, a qual foi descoberta nos arquivos do seu irmão após a sua morte, e publicada em 1923, teve adaptação totalmente voltada para a contemporaneidade pelas mãos brilhantes de MARCIO ABREU, NADJA NAIRA E GIOVANA SOAR, feita a partir de uma tradução original do russo por Pedro Alves Pinto e de uma publicação francesa.

Foto: Nana Moraes

 A direção de MARCIO ABREU prima pela criatividade singular, desprovida de todos os preconceitos e tabus, trazendo um clássico para os dias atuais, sem exageros, mostra inovação em todas as especificidades, tendo parceiros na equipe técnica inquestionáveis, dos desenhos de luz, a sonoplastia, os quais elevam o espetáculo a uma grandiosidade poética de grande expressividade.

Segundo o diretor: “A peça trata de temas recorrentes na obra de Tchekhov, como o conflito entre gerações, as transformações sociais através das mudanças internas do indivíduo, as questões do homem comum e do pequeno que existem em cada um de nós, o legado para as gerações futuras – tudo isso na fronteira entre o drama e a comédia, com múltiplas linhas narrativas”.

Tendo como cenário uma casa de campo, a viúva Sofia, recebe os amigos para um jantar, contendo os amigos e um aristocrata falido, que adora a vida lhe levar, sendo ele

um professor, por despeito e para camuflar sua revolta contra seu falecido pai e a sociedade. Porém, é muito bem visto pela sociedade, despertando sedução e brilhantismo. Sendo que por meio desse encontro, trás o passado de volta relembrando o amor que sentia por Sofia, desencadeando cenas comoventes.

A tão conceituada COMPANHIA BRASILEIRA DE TEATRO marca mais um gol depois de nos brindar com tantas montagens que enriqueceram potencialmente o nosso teatro. Tendo no elenco CAMILA PITANGA, CRIS LARIN, EDSON ROCHA, JOSY.ANNE, KAUÊ PERSONA, RODRIGO BOLZAN, RODRIGO FERRARINI E RODRIGO DE ODÉ, vivendo todas as ações dramáticas com maestria, sendo um faz de conta no qual o realismo não parece idealizado devido a verdade como tudo é conduzido, indo da recepção aos convivas,  fazendo com que o espectador se sinta parte daquela festa, até a verdade que passa em todos os conflitos.

CAMILA PITANGA, na personagem Sofia, a anfitriã é perfeita. Dona de um carisma inigualável, acolhedora, um despojamento invejável que falta palavras para ressaltar a sua qualificação. Por ser Ela, o nome mais popular e midiático do espetáculo faz jus a ser a estrela da peça e toda confiança depositada nela, e empoderamento que ela tem somando as demais personagens femininas.

Porém, nenhum dos atores e atrizes deixa por menos na interpretação, na entrega de suas personagens, na dicção, no preparo corporal e no talento que imprime de sobra, sem necessidade de enfatizar esse ou aquele, sento todos meritórios de premiação. Desculpa CRIS LARIN, mas falar de um por aqui seria redundante demais e passaria dias escrevendo. Enfim, desculpa ao elenco inteiro, porque falar do trabalho de vocês dá uma tese de doutorado.

 

       

                                                               Foto: Nana Moraes

O espetáculo fazer com que cada espectador se sinta integrante, inserido no ambiente, pois a dialética engloba todos e em certo momento há ruptura fazendo com que todos participem, embalados pela linda voz da multi artista JOSY.ANNE, fechando o primeiro ato.

 

                                                                              Foto divulgação

No segundo ato as lindas projeções e a iluminação são coadjuvantes, valendo a pena correr enquanto é tempo e adquirir o ingresso para conferir e se deletar com um teatro marcante, impactante, bem produzido e sem sombra de dúvida, que vai fazer parte de suas vidas.

 

FICHA TÉCNICA


Assistência de Direção: Giovana Soar e Nadja Naira

Tradução: Pedro Augusto Pinto e Giovana Soar

Direção de Produção: José Maria

Produção Executiva: Cássia Damasceno

Iluminação: Nadja Naira

Trilha e efeitos sonoros: Felipe Storino

Direção de movimento: Marcia Rubin

Cenografia: Marcelo Alvarenga | Play Arquitetura

Figurinos: Paulo André e Gilma Oliveira

Direção de arte das projeções: Batman Zavareze

Edição das imagens das projeções: João Oliveira

Câmera: Marcio Zavareze

Técnico de som | projeções: Pedro Farias

Assistente de câmera: Ana Maria

Assistente de produção: Luiz Renato Ferreira

Operador de Luz: Henrique Linhares e Ricardo Barbosa

Operador de vídeo: Michelle Bezerra e Sibila

Operador de som: Bruno Carneiro e Felipe Storino

Cenotécnico e contrarregra: Alexander Peixoto

Máscaras: José Rosa e Júnia Mello

Fotos: Nana Moraes

Programação Visual: Pablito Kucarz

Assessoria de Imprensa São Paulo: Canal Aberto

Difusão Internacional: Carmen Mehnert | Plan B

Administração: Cássia Damasceno

Criação e Produção: companhia brasileira de teatro

 

SERVIÇO: TEATRO DO SESC SANTO AMARO - Rua. Amador Bueno, 505 - Santo Amaro, SP) de 20/05 a 12/06/2022. Sextas, às 20h, sábados e domingos, às 18h. Ingressos: R$ 40,00/ R$ 20,00/ R$ 12,00. Capacidade: 279 lugares - Duração: 150 min. Gênero: Comédia Dramática. Classificação indicativa: 16 anos.

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