segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Pedro Cosmos

JARDIM DE INVERNO

Texto com adaptação dramatúrgica para os palcos por FABRÍCIO PIETRO a partir do Romance REVOLUTIONARY ROAD  do escritor americano RICHARD YATES (1926-1992), em cartaz no Teatro Raul Cortez, tem como protagonistas ANDRÉIA HORTA e FABRÍCIO PIETRO, o próprio adaptador, papeis vividos na versão cinematográfica por LEONARDO DICAPRIO e KATE WINSLET.

ANDRÉIA HORTA, conhecida por vários papéis de destaque no cinema e na televisão, também esbanja talento no teatro vivendo brilhantemente uma dona de casa, April, que diante da época pré-feminista, vê o seu sonho de ser atriz frustrado. É  incumbida de criar os dois filhos pequenos, vivendo em um subúrbio dos anos 50. Muitas frustrações e desilusões fazem com que esse casal de classe média entre em contrariedade um com o outro. De um lado, ela inconformada com a vida que leva e do outro, os ideais conservadores do seu marido Frank. (Papel de FABRÍCIO) o qual impõe regras e maneiras de convivência impostas pela sociedade, e nesse ínterim, tem-se uma ruptura, com diálogos muito bem construídos, reflexões, as interferências das pessoas que cercam o casal, o sufocamento, conflitos estes que colocará a relação à prova.


 Completam o elenco: ALINE JONES, ERICA MONTANHEIRO, IURI SARAIVA, LUCIANO SCHWAB, MARTHA MEOLA, RICARDO RIPA, JULIA AZZAM E LUCAS AMORIM, com grandes interpretações, versando entre o drama e dosagens de humor, promovendo um teatro de altíssima qualidade.


A narrativa é forte para os anos 50, a força da mulher vai ganhando ascensão, com conflitos a vista, boas situações dramáticas estarão presentes obviamente, surgindo o tão aclamado “Teatrão”. Na contemporaneidade essas questões ficam amenas, pois esses direitos foram sendo conquistados duramente e embora não esteja resolvida em sua totalidade, a mulher não se deixa levar pela submissão, e por meio de suas conquistas, direitos, deveres, vêm-se em seu empoderamento.


MARCO ANTÔNIO PÂMIO, dirige o espetáculo com maestria, com seu olhar certeiro como sempre, deixando tudo irretocável. Segundo ele: “A obra, mesmo tendo sido escrita no início da década de 60 e contando a história de uma família americana suburbana dos anos 50, carrega em seu cerne uma atemporalidade de proporções gigantescas, pois ela fundamentalmente nos fala de como nossos projetos de realização pessoal podem ser sufocados em nome da estabilidade social e financeira. Esse assunto não diz respeito a uma época específica, e sim à problemática humana mais profunda, independente de tempo ou lugar”.

Em fim, vale a pena ser visto por tudo o que a montagem apresenta!

Fotos divulgação: Danilo Borges.

SERVIÇO – TEATRO RAUL CORTEZ - Rua Dr. Plínio Barreto, 285, Bela Vista – 3254-1631 – Sexta: 21h30 e sábado 21h e domingo 20h. Ingresso: 50,00. De 10/10/19 até 17/11/19. Classificação indicativa: 14 anos. Duração: 1h 40m.

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