PRATA DA CASA

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PRATA DA CASA

Do amor ao samba, ao trabalho cotidiano na zeladoria do prédio e portaria, o ator de talento extraordinário FELIPE FRAZÃO apresenta o seu brilho, construção da personagem com extrema verdade e profundidade, tudo de maneira muito autêntica, enfim, ator de carisma imensurável o qual conseguiu atravessar a todos os espectadores presentes com muita conexão, levando a embarcar com credibilidade na sua história de vida, na gama de emoções daquele profissional muitas vezes invisibilizado, porém, esperançoso, personagem necessário a convivência de todos, cheio de vida, ora com comicidade ao lidar com as particularidades de seus “patrões” , ora com ingenuidade, sobressaindo a seriedade de um artista visceral com trabalho a ser reconhecido.

Imagem: Lucas Nogueira

 

Prata da Casa conta a história de Tatá, um zelador de um antigo edifício que enfrenta uma grande transformação. A chegada das câmeras e da tecnologia de reconhecimento facial ameaçam seu emprego, sua moradia e a forte ligação com a escola de samba que faz parte de sua vida desde a infância. Além de herdar o emprego do pai, Tatá também herda sua paixão pelo samba, que o guia pelos desafios.

Imagem: Lucas Nogueira

 

Durante 1h15min, teve controle total das ações dramáticas, com exímio desenvolvimento corporal e vocal, muita presença de palco e beleza física, e brilho no olhar, sendo perceptível que sua interpretação ia além dos grandes gestos, a todo o momento tinha ação presente de cena, as pausas vindas com a intencionalidade necessária ao personagem, e ainda de quebra veio trazendo o samba da melhor qualidade para que a fruição se instaurasse com mais fervor. Nesse ínterim, a empatia reverberou em meio a simplicidade de maneira fascinante, surgindo um multifacetado ator.

Imagem: Lucas Nogueira

O texto do experiente VICTOR MENDES  é primoroso. Carpintaria perfeita para um monólogo e a escrita cênica veio a somar, pois a sua direção se mostrou irretocável, vindo ao encontro da entrega do ator e contribuiu para postá-lo em um patamar satisfatório. Em resumo, a equipe de criativos teve bom entrosamento e o resultado é qualidade total.

"A gente buscou não romantizar a profissão, mas ao mesmo tempo ser um zelador que está de bem com a vida, que não se depara com problemas diariamente. Tatá está lá, vivendo a vida dele, está tudo bem para ele. Tatá gosta de sua função, tem orgulho de seguir os passos do pai", explica o diretor. Esta construção orgânica de Tatá é fruto de observação real do dia a dia de um zelador e da busca por retratar a dignidade e a alegria nas pequenas coisas.

Vale a pena conhecer o artista e sua marcante interpretação, conhecer cenas hilárias que se passam em um condomínio, sem clichês, sem estereótipos, mas com pesquisa contundente e se sinta contemplado com um ator que canta, dança e toca violão em cena, sendo merecedor de intermináveis aplausos.

 

FICHA TÉCNICA

 

Direção e Dramaturgia: Victor Mendes.

Idealização e Interpretação: Felipe Frazão. 

Direção Musical: Alfredo Del Penho. 

Direção de Movimento: Fabricio Licursi. 

Cenografia e Desenho de Luz: Marisa Bentivegna. 

Figurino: Miltinho e Ernesto Paixão. 

Direção de Produção: Flavia Primo e Rafael Lydio. 

Coordenação Geral: Frazão Produções Artísticas. 

Assessoria de Imprensa – Arteplural – M Fernanda Teixeira / Macida Joachim / Mauricio Barreira

 

SERVIÇO -  Centro Cultural São Paulo - Espaço Cênico Ademar Guerra (porão). Rua Vergueiro, 1000, Liberdade, São Paulo – SP, 01504-000, Brasil. Capacidade: 200 lugares. Classificação: 12 anos. Entrada gratuita. A reserva de ingressos é feita pelo site da CCSP no dia anterior à apresentação. Retirada:  2h antes da sessão. Temporada: De 3 a 14 de setembro, de quarta a domingo. Sessões: Quartas, quintas e sextas, às 20h |Sábados, sessão dupla às 18h e às 20h | Domingos, às 19h. Duração: 75 minutos.