sábado, 30 de novembro de 2019



Pedro Cosmos


FRIDA KAHLO – VIVA LA VIDA

No Dia dos Mortos, Frida Kahlo cozinha à espera de seus convidados, mortos e vivos, em sua festa. Evocando Diego Rivera, Trotsky, Breton, Rockefeller, passando por Paris, Nova York e o acidente que sofreu. Frida nos leva a uma montanha russa de emoções. O humor, o riso, a tequila, sua paixão pela pintura, por seus companheiros e fundamentalmente seu prazer e alegria de viver são uma constante ao longo da peça. 

Uma mulher icônica, aquém do seu tempo, a artista mexicana, virou um símbolo das causas libertárias,  que serviu  de inspiração para outras mulheres, vivendo sua paixão pela pintura e também  pelo companheiro também pintor,  Diego Rivera, que entre traições e muitas loucuras, o amor acabava sobressaindo sempre e a maneira de mostrar que a liberdade era essencial inspirou muitas mulheres a terem outro olhar sobre si mesmas. Frida Kahlo, aqui apresentada, é representada esplendorosamente.

Espetáculo inédito no formato monólogo protagonizado por CHRISTIANE TRICERRI, agrada potencialmente em todos os quesitos. Caracterização impecável e entrega perfeita à personagem, voz e nos trejeitos, a ambientação, os improvisos, contextualizando, ou seja, inserindo a plateia como parte dos personagens do enredo, como muita segurança e verdade na sua interpretação, ou seja, impecável.
                                                    Foto: Gal Opido

Escrever monólogo não é tarefa fácil, o ator está sozinho sem amuleto ou válvula de escape que dê suporte, porém, o texto do dramaturgo mexicano HUMBERTO ROBLES, Escrito em 1998, extrapola essa cobrança. A quarta parede é rompida e o que se vê é um diálogo ímpar com a plateia, permitindo inclusive que essa faça intervenção. No estilobrechtiano, característica presente no Teatro do Ornitorrinco, a atriz ressalta: “O público faz as vezes dos convidados que vão à casa da Frida para celebrar a vida na festa do Dia dos Mortos”.
A atriz consegue empatia com a plateia e diante de goles generosos de tequila, contempla o público com seu carisma, trazendo para a cena uma Frida, acelerada, frenética, contemporânea, vivendo o momento como se ali naquele ambiente tivesse seus amigos, amantes, como Leon Trotsky, com espaço ainda para falar dos fatos que marcaram sua vida como o acidente do bonde, a fragilidade na saúde, sem perder sua autoestima.
                                                     Foto: Gal Opido

A direção de CACÁ ROSSET (Teatro do Ornitorrinco), é irretocável. Conhecedor mor da atriz, da parceria de vida e de muitos trabalhos acumulados, com maestria e competência no seu olhar certeiro deixa o espetáculo em festa. Quanto ao espetáculo ele revela: “A montagem representa a continuidade de uma metodologia de trabalho e de uma linha estética pautada na ideia de que um espetáculo de teatro tem que ser antes de qualquer coisa e, acima de tudo, vivo e em sintonia com seu tempo”.

Vale a pena batalhar pela aquisição do ingresso que está se esgotando, prestigiar esse trabalho majestoso e obviamente, tirar suas conclusões.

Foto: Gal Opido
 SERVIÇO - TEATRO SESC PINHEIROS – Rua Paes Leme, 195, Pinheiros – Tel.: 3095-9400 – Ingresso: 30,00. Quarta a sábado, às 20h30.  De 18 a 25 de junho. Classificação: 14 anos. Duração: 60 minutos. De 21/11 a 14/12/19.

quarta-feira, 27 de novembro de 2019




ELZA

Pedro Cosmos

Consolidada como uma das principais vozes da mulher negra brasileira, a cantora ELZA SOARES, ganha justa homenagem contando a sua trajetória, a qual é “sinônimo de resistência e reinvenção”.

O Espetáculo musical com várias premiações, contando a trajetória da cantora Elza Soares, tem texto inédito de VINÍCIUS CALDERONI, o qual pesquisou fidedignamente a vida da artista, tendo total aprovação dela e colaboração para que tudo fosse executado com maestria.

                                                Karen Eppinghaus



A direção de DUDA MAIA, com a parceria de PEDRO LUÍSLARISSA LUZ E ANTÔNIA ADNET, na direção musical, elevou tudo à alta classe, não a toa o espetáculo teve estrondoso sucesso no Rio, cumpriu temporada bem sucedida no Sérgio Cardoso e se encontra sem deixar a peteca cair em cartaz no teatro Porto Seguro.

Algumas músicas por si só já contribuem com o enredo por ajudarem contar histórias: LamaO Meu GuriA Carne e Se Acaso Você Chegasse, A Mulher do Fim do Mundo, A Carne e Maria da Vila Matilde, deixando a biografia apenas ilustrar poeticamente, sendo um sopro na alma em todos os sentidos e “um tapa” na sociedade hipócrita que sempre se escondeu atrás de preconceitos velados.

Vencedor de prêmios significativos (PRÊMIO SHELL, APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), CESGRANRIO, APTR, faz juz, pela garra, força e entrega e talento  das cantoras atrizes LARISSA LUZ, (Atriz substituta ÁGATA MATOS), JANAMÔ, JÚLIA TIZUMBA, KÉSIA ESTÁCIO, KHRYSTAL, LAÍS LACORTE E VERÔNICA BONFIM, que vivem as várias fases da cantora Elza Soares, acompanhadas por uma orquestra  feminina, promovendo um musical tipicamente brasileiro da mais autêntica qualidade.

                                               Karen Eppinghaus

Episódios conhecidos da vida da artista e outros são revelados, com cada atriz trazendo para si as dores, alegrias e dissabores da cantora, (a morte dos filhos e de Garrincha, a violência doméstica e a intolerância) ingredientes suficientes para ser conflitos capazes de promover reflexão e plano de fundo para contar uma boa história, tendo a forca de uma mulher, forte, guerreira, destemida, o empoderamento para enfrentar tudo e todos, além da superação em meio a sua realidade.

Mesmo fugindo de uma dramaturgia aristotélica, passa imperceptível diante da essência poética, que faz transcender, superada ainda pela verdade de várias atrizes que vivem Elza ao mesmo tempo, de maneira plausível.

A empresa SARAU. Tem mostrado ao que veio, tendo produzido obras primas tais como Gonzagão – A LendaÓpera do MalandroAuê e Suassuna – O Auto do Reino do Sol, da Cia. Barca dos Corações Partidos, e Gota D’Água [a seco], com qualidade inquestionável, deixando o teatro musical mais enriquecido.

Vale a pena prestigiar esse sucesso!

Foto: Karen Eppinghaus

SERVIÇO – TEATRO PORTO SEGURO - Alameda Barão de Piracicaba, 740, Campos Elíseos. Tel.: 3226.7300. Sexta e Sábado à 20h e domingos às 19h. Ingresso: 80,00 (Plateia) e 60,00 (Balcão). De 08/11/19. (Tempo indeterminado). (TRANSPORTE GRATUITO ESTAÇÃO LUZ – Teatro oferece vans gratuitas da Estação Luz até as dependências do Teatro). 14 anos. Duração: 150min.


domingo, 24 de novembro de 2019



A VALSA DE LILI

Pedro Cosmos

Lili é uma pessoa extraordinária e única, e, ao mesmo tempo, é uma mulher com questões iguais de outro ser humano qualquer: o amor, a perspectiva do envelhecimento e da morte, os limites sociais e físicos e a luta pela sobrevivência. A única coisa que a distingue é que só consegue mexer os músculos do pescoço, sendo privada de alguns gestos.

Livremente inspirado no livro “Pulmão de Aço” de ELIANA ZAGUI, o texto de AIMAR LABAKI, monólogo protagonizado por DÉBORA DUBOC, reforça o talento e grandiosidade da artista. É um convite para o publico ouvir o desabafo da personagem, que fisicamente paralisada, dialoga com a plateia, imobilizada totalmente, em uma cama de UTI por mais de 40 anos, por conta de uma poliomielite mal diagnosticada, porém, fazendo mover apenas a sua cabeça, consegue promover cenas eloquentes, com emoção a flor da pele ao revisitar sua memória.

                                                                                       João Caldas Fº

A direção é da competentíssima Débora Dubois, que apostou no humor da personagem, dando liberdade de improvisos, deixando a atriz livre, leve e “solta” apesar do seu aprisionamento.

A atriz defende sua personagem nas entrelinhas: “Lili vive em uma condição muito singular, mas seus questionamentos, medos e verdades são os mesmos de qualquer pessoa na sua idade: a necessidade de amar e ser amada, a relação com a morte, o que fazer da vida, como conseguir o sustento com o trabalho. Lili e seus amigos são uma prova viva da máxima Sartriana: o importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós”. 

Em fim, vale a pena conferir o trabalho ímpar dessa grande atriz.

Fotografia: João Caldas Fº

SERVIÇO – GIOSTRI TEATRO E LIVRARIA– Rua Rui Barbosa, 201, Bela Vista, - Tel.: 2309-4102 Quintas e sextas: 21h. Classificação: 14 anos. Ingressos: R$ 50,00.
 De 31 de outubro a 13 de dezembro (exceto nos dias 22/11 e 06/12/19).


quarta-feira, 20 de novembro de 2019


Pedro Cosmos


MIRANDA

No enredo “Miranda perde a mãe, ficando abandonada. Sua ajuda mágica vem por meio de um cavalo encantado que a presenteia com roupas masculinas e a partir daí vai enfrentar o desconhecido mundo em meio as aventuras e alguns dissabores, chega a uma praça onde o povo, à mercê da Rainha Má, a encoraja a salvar o Rei doente. O Príncipe oferece uma fortuna para quem colocar o Rei de pé. A Rainha, porém, condena à morte aquele que fracassar na tentativa.  Miranda encara o desafio e descobre o real motivo pelo qual o rei se encontra naquele estado, descobrindo ainda a origem do seu destino. 

Um elenco grandioso e em total sintonia na contação de um bom conto de fadas: ANNA PRETO, MÁRCIA OLIVEIRA, CÁSSIO COLLARES, FÁBIO VIECELLI, ANALICE PIERRE, AUGUSTO PORTES, BETH CLINI, DIÓGENES GONÇALVES, FERNANDO MAIA, VALMIR D'FIAMMA, STEFANI DOURADO, GRAZIELLE ANGÉLICA e OLIVER EGÍDIO, apresentando ludicidade, fruição e um teatro de qualidade como os pequenos espectadores merecem, fazendo juz ao grande dramaturgo  VLADIMIR CAPELLA. 


CAPELLA nos deixou em abril de 2015, deixando um legado no teatro. Sabia como ninguém entender a alma humana, sobretudo no tocante ao teatro para a infância e juventude. Suas histórias muito bem contadas, contos de fadas fantásticos com montagens irretocáveis, levava o teatro a um patamar ímpar a cada montagem.  Escrevia, dirigia, entendia de musica, não a toa a parte musical dos seus espetáculos era o carro forte, em fim, o teatro para os primeiros espectadores não foi mais o mesmo. O sucesso começou em  “Panos e Lendas”, em 1978, sendo ganhador dos prêmios pelo prêmios Mambembe, Governador do Estado de São Paulo e Molière. Depois vieram outros espetáculos com sucesso inquestionável, o qual era sempre premiado em diversas categorias: COMO A LUA, AVOAR, MARIA BORRALHEIRA, PÍRAMO E TISBE, CLARÃO NAS ESTRELAS,  MIRANDA, ,O GATO MALHADO E A ANDORINHA SINHÁ,  TRISTÃO E ISOLDA,   O COLECIONADOR DE CREPÚSCULOS, dentre outros, só para refrescar a memória figuram entre os espetáculo memoráveis, alguns deles sendo premiados pela APCA, FUNARTE, Concurso Nacional de Dramaturgia, O extinto PRÊMIO Coca-Cola FEMSA, sendo premiados em várias categorias.


A montagem do seu texto MIRANDA em cartaz no Alfredo Mesquita, trás de volta o encanto, a poesia, a luta do bem contra o mal e o verdadeiro final feliz, assim como nos contos de fadas, do qual era um profundo conhecedor.

RAFAEL DE CASTRO, o diretor, se mostrou conhecedor do fazer teatral do ilustre CAPELLA, colocando em cena elementos que contextualizava com os espetáculos do saudoso e que teve muito impacto positivo na montagem. Os cavalos, da forma apresentada roubava a cena, não cabendo aqui nenhum desmerecimento, a criançada de plantão ficou irrequieta com as ações promovidas e era perceptível o seu contentamento. Enxergando com o olhar da criança, era notória a sua fruição, a expectativa para as cenas vindouras, os aplausos, sendo um momento mágico assim como o teatro para os pequenos precisa ser.


O cenário (RAFAEL DE CASTRO, VALMIR D'FIAMMA E FELIPE RODRIGUES GRUPO ARTEMIS DE TEATRO) foi muito bem pensado e os figurinos (RAFAEL DE CASTRO E MÁRCIA OLIVEIRA) não deixaram a desejar em nada diante das condições, ou seja, sem patrocinador, o GRUPO ARTEMIS DE TEATRO, mostrou força, coragem e ousadia, dizendo  que veio, precisando ter seu talento reconhecido pelo excelente trabalho apresentado e poder circular com o espetáculo para que um grande número de cidadãos seja contemplado com a fascinante história de amor, superação, inveja, ou seja, ascensão pelo poder, resultando  em um fascinante conto de fadas. 

A Direção Musical é de DIEGO BAFFI. 

Em fim, vale a pena ser conferido e a sua criança agradece!
Foto: Divulgação

SERVIÇO – TEATRO ALFREDO MESQUITA – Av. Santos Dumont, 1770, Campo de Marte – (Próximo a estação Portuguesa-Tietê) Telefone: 11 2221-3657 – sábados e domingos: Ingressos: 16,00. De 02/11/ a 24/11/19. Classificação livre.















domingo, 17 de novembro de 2019


Pedro Cosmos

ALADDIN, O MUSICAL

O musical Aladdin, ou seja, ALADDIN, O MUSICAL - é um dos contos da obra Mil e Uma Noites, seu enredo já é bem conhecido do público televisivo, por meio de várias montagens teatrais e a difusão entre outros veículos de comunicação. A personagem título, vivida por CAIO MUTAI é perdoado pelo público, pelos pequenos furtos cometidos, tendo como em todo bom conto de fadas, a tão proclamada “ajuda mágica”, que por sinal aqui é a lâmpada mágica acompanhada de um gênio, a qual faz com que ele reflita sobre a sua vida. E do outro lado, Jasmine, (THAYS PARENTE) uma princesa adolescente em busca de sua liberdade, não se sentindo na necessidade de se casar a exemplo das mulheres de gerações passadas. Os destinos das duas personagens se cruzam e muitas aventuras rolam até se consumar com o famoso “final feliz”. 


A montagem idealizada pela CHAIM PRODUÇÕES, dirigida por CARLA CANDIOTTO em cartaz no Teatro porto seguro, conta com uma superprodução, incluindo ainda no elenco, alguns astros e estrelas dos musicais, ANDREZA MEDDEIROS, BRUNO OSPEDAL, EDMUNDO VITOR, GIU MALLEN, GUSTAVO DELLA SERRA, JOYCE COSMO, LÉO ROMMANO, MARCO ANTONIO COSTA, NÁBIA VILLELA, e PEDRO NAVARRO, atores cantores, com bom desempenho corporal e notório conhecimento e apropriação da linguagem circense.


Carla impregna sua experiência acumulada nas diversas especificidades do teatro apresentando em seu espetáculo artes circenses, teatro de rua, dos musicais, manipulação de bonecos e teatro de sombras, indo da comédia ao drama, imprimindo ritmo, graça e beleza e o sucesso é visível. Aladdim segue em frente com a mesma qualidade artística e uma produção de encher os olhos, ao unir a arte e a magia em bom estilo, com direito inclusive ao tão aguardado voo do tapete, que leva a criançada presente a uma fruição inquestionável, sem esquecer os adultos presentes que torcem junto aos pequeninos pelo desenrolar das ações.


Segundo a diretora, “É uma história sobre mágicas, tem um gênio que mora numa lâmpada, um tapete que fala e um tigre que pensa. Enfim, a magia existe o tempo todo.”

A carroça idealizada para o cenário (BRUNO ANSELMO) é o trampolim para a magia graças a sua funcionalidade, abrindo e fechando como uma caixa mágica, a qual sai do lugar comum ao servir de vários ambientes, somando aos figurinos (FABIO NAMATAME) de muito bom gosto como sempre, prendendo atenção pela beleza e criatividade.

Completa a equipe de criadores, CARLOS BAUZYS, na direção musical, WAGNER FREIRE, design de luz, ALONSO BARROS, na coreografia, com texto também criado por CARLA CANDIOTTO e IGOR MIRANDA e a parceria de Carlos Bauzys na música, por meio das letras de Igor.

Foto divulgação.

SERVIÇO – TEATRO PORTO SEGURO - Alameda Barão de Piracicaba, 740 - Campos Elíseos. Tel.: 3226.7300.  Sábado e domingos, às 15h. INGRESSO: R$ 90,00 (plateia) e R$ 50,00 (balcão e frisas). Duração: 75 minutos. Classificação: Livre. (TRANSPORTE GRATUITO ESTAÇÃO LUZ – Teatro oferece vans gratuitas da Estação Luz até as dependências do Teatro). De 02 de novembro a 08 de dezembro



Pedro Cosmos

REFLEXO GUIMARAES.
GUIMARÃES ROSA, um dos autores literários mais admiráveis da língua portuguesa, que por meio de suas palavras aguça a curiosidade do conhecimento por nos obrigar pesquisar ou ficarmos em dúvida ao interpretarmos suas palavras por meio do contexto adentrando nas entrelinhas o real significado, se fazendo necessário recorrer ao tão falado “pai dos inteligentes”, o dicionário, tem alguns de seus contos trazidos para o palco, com texto livremente adaptado por ALESSANDRO TOLLER.
No enredo, “Um homem fica horrorizado com sua imagem refletida no espelho. Ao lado de outro homem, cria diferentes histórias que oferecem novas ficções para sua existência soberbamente individualizada”.
A montagem tem direção irretocável de GONZAGA PEDROSA, que soube muito bem usar sua vasta experiência unindo o visual e o teatral ao conduzir com maestria as ações dramáticas, dando toque de classe, deixando o espetáculo poético, limpo, sem atropelos, valorizando cada palavra.
O espetáculo é protagonizado por CARLOS COLABONE, artista que estava se dedicando a prestar seus trabalhos em cenografia, figurino e ensino aprendizagem, dentre outras colaborações ao meio teatral, retornando aos palcos 30 anos depois em excelente momento interpretação ímpar e CLÓVIS GONÇALVES, com trabalhos notórios e uma carreira incansável no teatro, na televisão e na dedicação a formação de atores. 
                                                                                      Foto: Heloisa Bortz
A dupla está em sintonia perfeita, em um trabalho delicado, tenso, dramático, que necessita focar totalmente no texto, saboreando a riqueza das palavras, deixando a emoção fruir, dosando ainda com boa movimentação e um ritmo perfeito.
Brincar e jogar com as palavras, sobretudo com as palavras cultas, não é jogo fácil, porém o talento dos grandes conhecedores do palco extrapola a as expectativas e o resultado é brilhante, com uma luz (ANDRÉ LEMES) e trilha sonora (GREGORY SLIVER) que vieram a somar no espetáculo como coadjuvantes, pois os belos desenhos de luz  e a trilha sonora impactante, corroboram para deixar tudo  plausível.
Vale apena conferir!
SERVIÇO - INSTITUTO CULTURAL CAPOBIANCO - Rua Álvaro de Carvalho, 97, (Anhangabaú) tel. 3237-1187.  Quinta a Sábado, às 21 horas e domingo, às 19 horas.  Ingressos R$ 20,00 e R$ 10,00. De 18/10 a 15/12. Lotação 43 lugares. Classificação: 12 anos. Duração: 80 minutos.

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Pedro Cosmos

JARDIM DE INVERNO

Texto com adaptação dramatúrgica para os palcos por FABRÍCIO PIETRO a partir do Romance REVOLUTIONARY ROAD  do escritor americano RICHARD YATES (1926-1992), em cartaz no Teatro Raul Cortez, tem como protagonistas ANDRÉIA HORTA e FABRÍCIO PIETRO, o próprio adaptador, papeis vividos na versão cinematográfica por LEONARDO DICAPRIO e KATE WINSLET.

ANDRÉIA HORTA, conhecida por vários papéis de destaque no cinema e na televisão, também esbanja talento no teatro vivendo brilhantemente uma dona de casa, April, que diante da época pré-feminista, vê o seu sonho de ser atriz frustrado. É  incumbida de criar os dois filhos pequenos, vivendo em um subúrbio dos anos 50. Muitas frustrações e desilusões fazem com que esse casal de classe média entre em contrariedade um com o outro. De um lado, ela inconformada com a vida que leva e do outro, os ideais conservadores do seu marido Frank. (Papel de FABRÍCIO) o qual impõe regras e maneiras de convivência impostas pela sociedade, e nesse ínterim, tem-se uma ruptura, com diálogos muito bem construídos, reflexões, as interferências das pessoas que cercam o casal, o sufocamento, conflitos estes que colocará a relação à prova.


 Completam o elenco: ALINE JONES, ERICA MONTANHEIRO, IURI SARAIVA, LUCIANO SCHWAB, MARTHA MEOLA, RICARDO RIPA, JULIA AZZAM E LUCAS AMORIM, com grandes interpretações, versando entre o drama e dosagens de humor, promovendo um teatro de altíssima qualidade.


A narrativa é forte para os anos 50, a força da mulher vai ganhando ascensão, com conflitos a vista, boas situações dramáticas estarão presentes obviamente, surgindo o tão aclamado “Teatrão”. Na contemporaneidade essas questões ficam amenas, pois esses direitos foram sendo conquistados duramente e embora não esteja resolvida em sua totalidade, a mulher não se deixa levar pela submissão, e por meio de suas conquistas, direitos, deveres, vêm-se em seu empoderamento.


MARCO ANTÔNIO PÂMIO, dirige o espetáculo com maestria, com seu olhar certeiro como sempre, deixando tudo irretocável. Segundo ele: “A obra, mesmo tendo sido escrita no início da década de 60 e contando a história de uma família americana suburbana dos anos 50, carrega em seu cerne uma atemporalidade de proporções gigantescas, pois ela fundamentalmente nos fala de como nossos projetos de realização pessoal podem ser sufocados em nome da estabilidade social e financeira. Esse assunto não diz respeito a uma época específica, e sim à problemática humana mais profunda, independente de tempo ou lugar”.

Em fim, vale a pena ser visto por tudo o que a montagem apresenta!

Fotos divulgação: Danilo Borges.

SERVIÇO – TEATRO RAUL CORTEZ - Rua Dr. Plínio Barreto, 285, Bela Vista – 3254-1631 – Sexta: 21h30 e sábado 21h e domingo 20h. Ingresso: 50,00. De 10/10/19 até 17/11/19. Classificação indicativa: 14 anos. Duração: 1h 40m.

domingo, 10 de novembro de 2019

Pedro Cosmos
BAGAGEM

É um espetáculo autobiográfico de improvisação, idealizado, escrito e com atuação do ator MARCIO BALLAS, artista que tem profundo conhecimento na arte da improvisação e na pesquisa das linguagens do palhaço há décadas, o qual tem se tornado uma referência nessas áreas.
As principais situações que marcaram sua vida, indo da infância, melhor amigo, pai, mãe e férias, a vida no Egito e sua vinda forçada para o Brasil, são compartilhadas no palco com muito humor, instigando a participação da plateia, sendo essa, coadjuvante em seu processo.
                                                               Foto: Tereza Lopes Silva

A dramaturgia e a direção são assinadas por RHENA DE FARIA, que com muita experiência acumulada na arte da improvisação, vinda de uma carreira de sucesso e com premiação, confiou no seu ator o seu momento. Márcio pode e sabe muito bem abusar do seu carisma e por ter total domínio do jogo, a segurança das situações se mostra em equilíbrio, fazendo com que os espectadores participem das suas ações, corroborando muitas vezes com o humorista para o sucesso das cenas como se tivesse tudo combinado.  A empatia com o espectador é louvável e s sua entrega e experiência extrapola a sua criatividade e o humor sobressai sem “forçar a barra” , com muita inteligência e digno de aplausos em cena aberta.
                                                              Foto: Tereza Lopes Silva

O artista é conhecido do seu público pelas intervenções como palhaço em parceria com “Doutores da alegria” e dirigido espetáculos de humor bem sucedidos, dentre eles “Jogando no Quintal”, além de ter sido apresentador em programas de televisão: “É Tudo Improviso” (Band), “Cante se Puder” (SBT) em parceria com Patricia Abravanel; e “Esse Artista Sou eu” (SBT).

Em fim, vale a pena prestigiar o espetáculo e conhecer o trabalho desse humorista brilhante!

SERVIÇO – TEATRO EVA HERZLivraria Cultura do Conjunto Nacional Av. paulista, 2073, Cerqueira César – 3170-4059 – Sextas às 21h. De 25/11 a 06/12/19. Ingressos: 60,00. 10 anos. Duração: 60 minutos

BERTOLEZA

www.artedoentretenimentosp.blogspot.com BERTOLEZA A GARGAREJO CIA TEATRAL e seus artistas fabulosos LU CAMPOS, ALI BARAÚNA, TACIANA B...