sexta-feira, 26 de agosto de 2022

PAPA HIGHIRTE

 PAPA HIGHIRTE

De autoria de ODUVALDO VIANNA FILHO (1936-1974), a dramaturgia se mostra totalmente contemporânea e as modificações políticas não existiram nada mudou. O poder emancipado perdura, o populismo idem, e nesse ínterim, o autor permanece com o seu viés político, com sua atmosfera poética, estética e política a todo vapor.

Com direção irretocável do genial EDUARDO TOLENTINO DE ARAUJO, que inseriu a sua encenação contextualizando com a visão do autor adequando a ambientação ao Teatro de Arena, dispensando cenários, focando todas as ações nos atores, a montagem em cartaz no Teatro Paulo Eiró, tem um deslumbramento fascinante.

                                                                                   Crédito: Ronaldo Gutierrez

O GRUPO TAPA como sempre presente na história do teatro brasileiro e fazendo história ao valorizar a dramaturgia brasileira, sempre nos contemplando com o melhor do fazer teatral.

O elenco é formado por atores grandiosos, que apresenta entrega formidável, interpretações com preciosidade plausível, dignas de premiação. ADRIANO BEDIN (Morales), BRUNO BARCHESI (Pablo Mariz / Diego), CAETANO O’MAIHLAN (Hermano Arrabal / Manito), CAMILA CZERKES (Graziela), KIKO VIANELLO (Perez y Mejia), FULVIO FILHO (Estrangeiro), BIA BOLOGNA (Grissa), MAURICIO BITTENCOURT (Menandro) e ZÉCARLOS MACHADO (Papa Highirte), ZÉCARLOS, o protagonista, como sempre é um ator de extrema qualidade, sendo o ponto alto do espetáculo.

“PAPA HIGHIRTE é o nome do ditador populista deposto da fictícia alhambra, exilado na também fictícia Montalva. Em sua conspiração para voltar ao poder, mergulha nas reminiscências de um tempo de exceção onde governava com mão de ferro seu país natal, com a Imprensa silenciada e torturas nos porões. E chega à triste conclusão que nunca passou do fantoche de militares golpistas a serviço de uma potência estrangeira. Metáfora precisa sobre a América latina, que ganha significativa relevância nos tempos atuais”.

                                                                       Crédito: Ronaldo Gutierrez

Segundo o diretor “O espetáculo se divide em dois núcleos com o protagonista reconstruindo o passado com sua queda e o futuro com o desejo de voltar ao poder. A peça ainda tem um personagem do passado que vem para um acerto de contas. É o confronto de duas faces da mesma moeda”.

FICHA TÉCNICA

Desenho de Luz: Wagner Pinto

Assistente de Iluminação: Gabriel Greghi

Coreografias: Cassio Cöllares

Design Gráfico da Divulgação: Mau Machado

Fotógrafo: Ronaldo Gutierrez

Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes

Assistente de Produção: Nando Barbosa

Produção Executiva: Nando Medeiros. 

Direção de Produção: Ariel Cannal

Em fim, vale apena sempre acompanhar o trabalho desses artistas, por tudo que tem promovido em prol do teatro brasileiro.

SERVIÇO – TEATRO PAULO EIRÓ: Avenida Adolfo Pinheiro, 765 - Santo Amaro. Tel.: 5686-8440. Sexta e sábado às 21h. Domingo às 19h. De 19 de agosto a 28 de agosto. Ingresso: GRÁTIS. Não chegue nenhum segundo atrasado porque não consegue entrar depois de ter começado.

 

sábado, 6 de agosto de 2022

XANDÚ QUARESMA - A FARSA COM CANGACEIRO, TRUCO E PADRE

XANDÚ QUARESMA - A FARSA COM CANGACEIRO, TRUCO E PADRE


Em XANDÚ QUARESMA tudo funciona. A dramaturgia é perfeita e contextualizada com o universo poético da literatura de cordel, promovendo graça, leveza, cumplicidade, a torcida pelas peripécias pregadas pelo protagonista Xandu, enfim, um humor inteligente e um entretenimento de primeira.

 

Foto: Divulgação

“Um grupo de teatro mambembe musical conta as maravilhosas histórias do prisioneiro Xandú Quaresma, que está preso há dois anos por enganar o Vigário ao vender-lhe um cavalo cego e velho, que morre logo após a negociação. Xandú conta para todos os cantos que, na realidade, só está todo esse tempo preso pois todos adoram ouvir seus causos, já que ele é a pessoa mais interessante, criativa e arguta que passou pela cidade em muitos anos. Ao contar tais causos ao longo da peça, Xandú deixa na dúvida o que é verdade e o que é mentira. Tudo isso numa divertida comédia de costumes, mesclando sua trajetória de vida com momentos e personagens históricos do país, como Marechal Deodoro, Padre Cícero, Antonio Conselheiro e Lampião”.

 

JOSÉ EDUARDO RENNÓ, CRISTIANO TOMIOSSI, CONRADO CAPUTO, GRETA ANTOINE, GISELA MILLÁS, DÊNIS GOYOS e LUI VIZOTTO compõem o elenco dessa deliciosa comédia popular, apresentando muita desenvoltura, se sentindo em casa com interpretações plausíveis.

 

Texto clássico do saudoso CHICO DE ASSIS, (1933-2015) mestre na condução dramatúrgica, um cidadão dotado de todas as culturas e fez a multiplicação dos seus saberes para todos aqueles que se interessavam pela dramaturgia (SEMDA) conhecedor e pesquisador da literatura de cordel, deixou o seu texto com carpintaria perfeita, todos os personagens se mostram, tem o seu momento protagonista, as situações dramáticas falam por si apresentando a ideia central é notória e pelas mãos da competentíssima diretora DÉBORA DUBOIS e dos diretores musical THOMAS HUSZAR e ALEX HUSZAR, resultou em um espetáculo irretocável.

 

Débora também é responsável pela cenografia e os belíssimos figurinos foram assinados pelo talentoso KLEBER MONTANHEIRO.

 

Segundo a diretora a estética investigada pelo autor, “É um gênero que reproduz os valores tradicionais e conservadores de uma época, cuja sobrevivência de seus personagens estradeiros, pícaros, anti-heróis por definição, dá-se por força da astúcia em escapar de um sistema opressor”.

Vale a pena prestigiar sem arrependimento.

 

FICHA TÉCNICA

Apoio técnico: Márcio Macena e Renata Aspesi

Direção de Movimento e Coreografias:Roberto Alencar

Figurinos: Kleber Montanheiro

Assistente de figurinos: Marcos Valadão 

Assistência de Coreografias: Renata Aspesi

Consultoria sobre Coralidades: Roberto Moretto

Cenário: Débora Dubois e Elenco 

Pintura Artística: Márcio Macena 

Cenotécnico: Nilton Araújo 

Luz: Karen Mezza 

Assistente de Iluminação: Gui Pereira 

Fotos: Bárbara Campos

Arte Gráfica: Ana Clara Giovani

Produção: Greta Antoine e Cristiano Tomiossi

 

SERVIÇO - TEATRO JOÃO CAETANO

DATAS: 04 a 07 de agosto de 2022

HORÁRIO: Quinta a sábado às 21h e domingo às 19h

VALOR DO INGRESSO: Gratuito 

 

TEATRO ALFREDO MESQUITA

DATAS: 11 a 14 de agosto de 2022

HORÁRIO: Quinta a sábado às 21h e Domingo às 19h

VALOR DO INGRESSO: Gratuito 

 

TEATRO ARTHUR AZEVEDO

DATAS: 18 a 21 de agosto de 2022

HORÁRIO: Quinta a sábado às 21h e Domingo às 19h

VALOR DO INGRESSO: Gratuito 

 

TEATRO CACILDA BECKER 

DATAS: 2 a 25 de setembro de 2022

HORÁRIO: Sexta e sábado às 21h e Domingo às 19h

VALOR DO INGRESSO: Gratuito 

 

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MACACOS

 MACACOS

Com o surgimento deste espetáculo também surge um ator, um dramaturgo e um diretor. Clayton Nascimento (Companhia do Sal) está nos palcos para fazer história e sem sombra de dúvida está fazendo para valer e para ser vista.

Foto: Divulgação

O palco do teatro CACILDA BECKER se mostra pequeno diante da monstruosidade desse artista multifacetado de nome CLAYTON NASCIMENTO, que em sua entrega perfeita promoveu o melhor que um artista pode promover no cenário teatral. Trazendo para si vários personagens escravizados pelo preconceito, vitimizados pela cor preta, pela total falta de respeito, falta de empatia, rompendo inúmeras vezes a “quarta parede” para aguçar a nossa consciência e com seu carisma singular, fez com que mais de duas horas não cansasse os presentes.

Foto: Divulgação

Um espetáculo muito necessário para ser visto por todos, tanto por tocar profundamente, quanto por toda contrapartida social que apresenta, contextualizando  com a história em espécie de aula aberta, elucidando muitas passagens históricas e verdades que a história sempre escondeu, entre golpes e o tomar proveito, além de iluminar aos presentes, com muito carisma, o que sofrimento do povo negro em todas as especificidades.

CLAYTON em sua performance, extrapola o entretenimento com maestria, fazendo daquele momento uma tomada de consciência, instigando a todos a reverem os seus conceitos, e durante mais de duas horas em um monólogo, uma plateia muito significativa em dias friorento e chuvoso, esquece o tempo, a vida lá fora e perder o último trem em um teatro descentralizado pouco importa.

Seu monólogo foi criado a partir do caso do goleiro Aranha, do Grêmio, após sofrer ofensas racistas e nesse contexto o teatro mostra também sua função por meio dessa denúncia social que é não baixar a cabeça para o racismo estrutural. O nome do espetáculo faz referência a uma das formas de xingamento mais usada para ofender os negros no mundo todo. “O preconceito contra os povos pretos é abordado em cena a partir do relato de um homem-negro que busca respostas para o racismo que rodeia seu cotidiano e a história de sua comunidade”.

 

 FICHA TÉCNICA

Clayton Nascimento - Diretor, Ator e Dramaturgo

Ailton Graça – Provocador cênico

Aninha Maria Miranda - Diretora de Movimento

Daniele Meirelles - Diretora técnica e Iluminação

Muca - Arte

Vinicius Bogas - Iluminação

Bará Produções – Produção

Corpo Rastreado – Produção

O projeto foi contemplado pela 13ª Edição do PRÊMIO ZÉ RENATO - Secretaria Municipal de Cultura e vale a pena adiar tudo e se preparar para prestigiar. Somente até este domingo!

TEATRO CACILDA BECKER - Rua Tito, 295. Lapa. T. 11 3864.4513. Sexta a  sábado, 21h; domingo, 19h. Gratuito (retirar ingressos com 1h de antecedência). (80min). 14 anos. De 04 a 07/08. Para informações do grupo no Instagram: @ciadosal

Facebook: @TeatroCacildaBeckerSP | Instagram: @teatrocacildabecker

BERTOLEZA

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