terça-feira, 14 de junho de 2022

BRENDA LEE E O PALÁCIO DAS PRINCESAS

 BRENDA LEE E O PALÁCIO DAS PRINCESAS


“O musical Brenda Lee e o Palácio das Princesas traz um pouco da história de Brenda Lee, chamada de o “anjo da guarda das travestis”, ativista que fundou a primeira casa de apoio para pessoas com HIV/Aids, do Brasil.  Ela tem uma pensão para travestis que, em sua maioria, vivem da prostituição. Apesar da realidade de violência em que vivem, dentro da casa as travestis são acolhidas por Brenda, que lhes ensina a querer mais da vida”.


                                                              Foto: Laerte Késsimos

Até quando a invisibilidade vai perdurar na humanidade? Onde fica a empatia contextualizada com a hipocrisia? Quando vamos ser capazes de nos colocar no lugar do outro e entendermos que todo cidadão pode ser o que ele quiser ser, ser respeitado dentro das suas escolhas e de sua identidade? Quando teremos familiares renegando seus entes queridos? Quando vamos aceitar o próximo sem julgamentos? Por que o Brasil é o país que mais mata trans no mundo? Muitas perguntas durante séculos e sem nenhuma resposta concreta, pois em meio a contemporaneidade ainda nos vimos diante de muito preconceito, homofobia, intolerância de todas as especificidades e desrespeito.

Pouco se sabe sobre BRENDA LEE, uma espécie de “anjo da guarda das travestis” óbvio! Personalidade que nasceu em Pernambuco e fez história em São Paulo quando, em 1984, época em que pouco se sabia sobre a epidemia da AIDS, passou a acolher travestis portadoras do vírus HIV em seu sobrado na Rua Major Diogo.

O seu legado foi em prol dos invisíveis, daqueles que receberam pedras da sociedade e continuam recebendo. Sendo vitimado por ter a identidade de gênero diferenciada, indo ao desencontro de pessoas desenformadas, conservadoras, puritanas e outros dogmas que não corrobora com a cidadania e nem tão pouco promove transformação social.

O texto apresenta a vida de Brenda desde o início do acolhimento de outras meninas em sua casa, ainda Palácio das Princesas, até seu assassinato; acompanhado de outras cinco personagens fictícias que compõem exemplos de histórias de vida transtravesti.

BRENDA LEE E O PALÁCIO DAS PRINCESAS, o espetáculo musical dirigido brilhantemente pelo excelente ZÉ HENRIQUE DE PAULA, veio mostrar que não somente a Madre Tereza de Calcutá teve seu legado em prol dos mais necessitados, mas que uma cidadã com “C” maiúsculo, Caetana, com nome social de BRENDA LEE, uma das mais importantes ativistas da causa LGBTQIA+ no Brasil, esquecida dos holofotes, teve contrapartida social com os renegados da sociedade enfrentando a polícia, a medicina, as políticas públicas e o desrespeito potencial de grande parcela da população, que jamais enxergou travestis ou outros que destoasse de sua identidade de gênero, deixando esses, à margem da Sociedade.

Como nos contos de fadas, AS TRAVESTIS, tiveram a sua ajuda mágica, o sobrado de Brenda na Rua Major Diogo, também conhecido como o Palácio das Princesas, foi o primeiro órgão de acolhida a essa população na cidade, deixando os dias desses sujeitos menos sombrio, sobressaindo naquele local, amor, solidariedade, empatia e acima de tudo respeito.

A dramaturgia de FERNANDA MAIA com música original e direção musical de RAFA MIRANDA apresenta um universo poético com muita sensibilidade e canções plausíveis que emociona toda plateia, somando com a garra e energia de um elenco de seis atrizes transvestigêneres: VERÓNICA VALENTTINO, MARINA MATHEY, OLIVIA LOPES, TYLLER ANTUNES, AMBROSIA e LEONA JHOVS e um ator cisgênero FABIO REDKOWICZ, com direito a serem ouvidas na sua essência, arrancando aplausos merecidos em cena aberta.

Vale a pena ser prestigiado!

FICHA TÉCNICA

Dramaturgia e letras: Fernanda Maia

Direção e figurinos: Zé Henrique de Paula

Direção musical, música original e preparação vocal: Rafa Miranda

Preparação de atores: Inês Aranha

Coreografia: Gabriel Malo

Assistente de direção: Rodrigo Caetano

Iluminação: Fran Barros

Cenografia: Bruno Anselmo

Visagismo (cabelos e maquiagem): Diego D’urso

Assistente de figurino: Gustavo Zanela

Coordenação de produção: Marisa Medeiros

A orquestra: Rafa Miranda (piano), Julia Passa (contrabaixo), Rafael Lourenço (bateria) e Carlos Augusto (guitarra e violão).

Preparação de atores de Inês Aranha

Coreografia de Gabriel Malo

Produção executiva: Laura Sciulli

SERVIÇO - NÚCLEO EXPERIMENTAL - Rua Barra Funda, 637, Barra Funda - São Paulo – de 09 de junho a 03 de julho 2022. Quinta a sábado às 21h  e Domingo às 20h - Ingressos: R$30 (inteira) e R$15 (meia-entrada). Vendas online em Sympla - Classificação: 12 anos - Duração: 1h50 - Capacidade: 96 lugares.


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