sexta-feira, 17 de maio de 2019


Pedro Cosmos

DEPOIS DAQUELA VIAGEM

A temática AIDS é forte por mexer com todos os sujeitos direta e indiretamente. É intrínseco e se colocar no lugar do outro, tem-se um olhar excludente de preconceito, de qualquer forma discriminatória, visto que o indivíduo infectado precisa de respeito, superação, do enfretamento e sem dúvida da própria aceitação.

O espetáculo intercala drama e humor, dimensões do cotidiano e do simbólico propondo uma reflexão sobre o preconceito e a sexualidade. São temas da encenação a essência humana, os sonhos, os desafios, o irreversível, a amizade, a aceitação, a superação e o amor.

O crítico e dramaturgo DIB CARNEIRO NETO, diante da sua experiência, mostra que um bom texto cai muito bem em qualquer temática, pois seu texto dispensa comentários na sua forma e construção, o que aparentemente parecia ser piegas e com didatismo exacerbado, levou para outro patamar, com as ações dramáticas e conflitos muito bem resolvidos, resultando em um teatro de extrema qualidade, dispensando rotular teatro para jovens, e sim, um teatro para todos.

A narrativa inspirada no romance autobiográfico de VALÉRIA POLIZZI, conta a história de uma jovem infectada pelo vírus HIV ainda na adolescência, depois de uma relação sexual sem preservativo com o namorado. Com tom sensível, o espetáculo mostra como a protagonista precisou aprender a conviver com o HIV, criando uma reflexão sobre a sexualidade e o preconceito.

Foto: Pedro J. Duarte

BRUNA LUISA, EDUARDO LOUSADA, ELIOT TOSTA, NAIARA DE CASTRO, MARIA BIA, TATI MAYUMI E VINI HIDEKI, jovens atores, compondo o elenco, muito talentosos, defendendo suas personagens com maestria.

                                                                       Foto: Pedro J. Duarte

A direção é de ABIGAIL WIMER, que imprimiu ritmo perfeito ao espetáculo, mudanças de cenários sem atropelos, tudo feito com muita classe, e os atores souberam aproveitar o aprendizado com a mestra o qual resultou em um espetáculo brilhante.

A peça é uma boa opção para a formação de plateia, para trazer os jovens ao teatro, a promoção de debates e obviamente agrada a todos. Em fim, é uma demonstração de que o amor não tem fronteiras.

A proposta foi contemplada pela 8ª Edição do Prêmio Zé Renato de Apoio à Produção e Desenvolvimento da Atividade Teatral para a Cidade de São Paulo.

SERVIÇO – TEATRO VIRADALATA – Rua Apinajés, 1387, Sumaré – 3868-2535- Sábado e domingo – 18:30. Ingresso: 20,00. De 04/05 a 02/06/19. Classificação: 12 anos.


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