A MEGERA DOMADA

 ARTE DO ENTRETENIMENTO

Pedro Cosmos

 

A MEGERA DOMADA

 A dramaturgia do inglês William Shakespeare, século XVI, sobretudo as comédias precisam ter novo olhar para o século XXI, pois foram inúmeras as transformações na sociedade tanto do ponto de vista sociológico quanto no tecnológico. Os ideais mudaram, os valores são outros, por isso a cada montagem de um clássico tem-se uma curiosidade de prestigiar e verificar até aonde a ousadia e criatividade foram capazes de chegar. É evidente que nesse campo, os nossos criadores não deixam a peteca cair.

 

                                                                             Foto: Will Siqueira

Sacada muito inteligente da parceria na Tradução e Adaptação de FÁBIO BRANDI TORRES e ISSER KORIK, que trouxeram o texto para a contemporaneidade, resultando em uma comédia atrativa, e entendo o universo dos jovens, principalmente jovens rebeldes nos dias atuais,  a personagem indomável está perfeita no seu linguajar esdrúxulo muito comum para o momento.

 

O enredo bem familiar tem como ponto de partida, as confusões envolvendo o casamento da doce Bianca, que só será autorizado depois que a megera Catarina encontrar um pretendente, sendo assim, todos os pretendentes da moça são dispensados. Eis que chega Petruchio, munido de interesses, o qual se incumbe da tarefa árdua de conquistar a encalhada e nesse ínterim, muita comédia se instala para contemplar os espectadores de plantão.

 

                                                                               Foto: Will Siqueira

A direção do experiente ISSER KORIK traça desenhos perfeitos, ágeis, sem atropelos, objetivando a verdadeira função da comédia, aliás, é um profundo conhecedor da arte de fazer rir, tendo apresentado no cenário teatral trabalhos de sucessos plausíveis, acumulando função de autor, tradutor, produtor, dispensando tecer comentários particulares a cada trabalho. É notório que Isser que se sentiu em casa nessa empreitada, trabalhando com parceiros de várias montagens anteriores.

 

                                                                                     Foto: Will Siqueira

Segundo o Diretor: “Fui desafiado pelo Fábio a dirigir um texto de Shakespeare. Estranhei, pois meu trabalho sempre foi mais voltado para a comédia e para o popular, mas ele me provou que Shakespeare também tinha este caminho. E assim surgiu esta versão bem popular”.

 

Vale a pena ressaltar o valioso trabalho corporal de TITO SOFFREDINI, que realizou um trabalho corporal irretocável, pois é perceptível a mudança de corpo das personagens, com variações a todo o momento.

 

Os atores LEONARDO MIGGIORIN, LETICIA TOMAZELLA,| LISANDRA CORTEZ, EDUARDO LEÃO E SÉRGIO RUFINO, se revezam com muita garra para darem conta de 16 personagens, com muito ritmo, agilidade na troca de figurino, preparo técnico e corporal, se valendo de vários sotaques brasileiros os quais mostram a diversidade, (mineiros, gaúchos, paulistas do tradicional bairro da Mooca) tudo feito com  muito êxito.

 

RUFINO é história do teatro e entende todos os caminhos da comédia e LEONARDO MIGGIORIN não deixa por menos. Tem conquistando o público com seu talento no cinema, teatro e na televisão, com domínio total da situação, muita versatilidade na troca de personagem, além de carisma incontestável, somando ao talento de Eduardo Leão e das belas atrizes LETÍCIA e LIZANDRA, que fazem o jogo ficar ainda mais enriquecedor. Em resumo é o teatro em boas mãos.

 

 

SERVIÇO 

TEATRO FOLHA - Shopping Pátio Higienópolis - Av. Higienópolis, 618 / Terraço – De 12/10 a 02/12/2021, Terças, quartas e quintas-feiras Às21h. 

Ingressos: R$ 70, setor A e R$ 50 setor B (meia-entrada para Estudantes e pessoas com 60 anos ou mais têm os descontos legais / Clube Folha 50% desconto.

Gênero: comédia. Recomendação: Livre. Duração: 70 min. Tel.: (11) 3823-2323 - Televendas: (11) / 3823 2423 / 3823 2737 / 3823 2323. Vendas online: www.teatrofolha.com.br