quarta-feira, 17 de novembro de 2021

INTEGRIDADE GARANTIDA

 ARTE DO ENTRETENIMENTO

Pedro Cosmos

 INTEGRIDADE GARANTIDA

A montagem da NPC-ARTES em cartaz no TEATRO CACILDA BECKER  têm texto e direção de ALBERTO SANTOZ, e em sua narrativa vê-se a contextualização com a violência urbana, retratando uma tragédia brasileira, fazendo refletir sobre a lei do mais forte, a queima de arquivo, a falta de escrúpulo e os jovens em situação de rua, a droga destruindo a relação familiar em um mundo no qual sobrevive quem puder.

Com vários “ponto de vista” estéticos, é perceptível o expressionismo, com referência a Brecht, sem descartar outras influências, pois, a peça tem vários fragmentos que fazem viajar na imaginação, remetendo ao universo “rodrigueano”, com lindos recortes mostrando que ALBERTO SANTOZ, o diretor, tem vasta experiência e conhecimento na cena teatral, sobressaindo uma inquestionável dramaturgia e encenação.

 

“O adolescente Jair, de 16 anos, enfrenta a fúria do pai Vicente, após ter sido obrigado a esconder drogas para um traficante, livrando-o de ser preso em uma batida policial na escola. O pai, além de não acreditar no filho, queima a droga e sente-se capaz de enfrentar os marginais com sua arma de fogo. O jovem então precisa enfrentar o trauma de ver o pai e a mãe mortos, restando-lhe somente a vida nas ruas. Vivendo na rua, ele escapa de uma chacina articulada para expulsar um grupo de pessoas que dormia na calçada de um restaurante, mas é perseguido pelo policial Antônio, contratado para a missão. Na fuga ele faz uma refém, Carmen, que é obrigada a escondê-lo em sua residência, levando a um trágico desfecho onde a vítima é sempre o mais fraco.”


                                            


Foto: Tarsila Coury

Jogo cênico muito bem defendido pelos nove atores ARNALDO D’ÁVILA, CLAUDIANE CARVALHO, JONNATA DOLL, JOÃO ANGELLO, MARCELO ANDRADE, MARCELO COZZA, SILVIA PECEGUEIRO, THAUANA RENARDI E ZÉ CARLOS FREYRIA, que além de sustentarem vários conflitos com maestria, promoveram muitos momentos poéticos, dando leveza ao espetáculo, dispensando aqui fazer um juízo crítico ou tecer comentários individuais, pois o grupo está em excelente nível de atuação e em sintonia perfeita.

                                           

                                                                                                                       Foto: Tarsila Coury

No entanto, seria um relapso não imprimir destaque especial para CLAUDIANE CARVALHO, que além de ser uma atriz extremamente versátil, convencendo naturalmente com entrega perfeita, mostrando desempenho corporal impecável, satisfazendo potencialmente os ouvidos dos espectadores na arte de cantar. Talento que se faz necessário ser reconhecido, tendo à sua ascensão no cenário teatral, bem como alçar voos em produções futuras, sobretudo os musicais.

A montagem é bem contemporânea e ousada pela quantidade de profissionais envolvidos, mérito da LEI ALDIR BLANC de Emergência Cultural, do Ministério do Turismo do Governo Federal, por meio de Edital da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, Prêmio Maria Alice Vergueiro, que viabilizou a produção, dando estrutura para promover um espetáculo com dignidade, belos figurinos que com o visagismo deu uma beleza ímpar, tendo como coadjuvante a trilha sonora.

                                        

                                                                                                   Foto: Tarsila Coury


Tudo funciona adequadamente, bons desenhos com todas as situações amplamente desenvolvidas, apenas como sugestão, um pouco mais de ritmo soa bem, mais agilidade nas mudanças de cena e evitar que os atores fiquem sem luz, enquanto estes estejam em ação.


 Segundo Alberto: “É comum ignorarmos a realidade dos jovens que vivem nas ruas, tornando-os criaturas invisíveis aos olhos da multidão e do poder público, ignorando o fato de que esta vulnerabilidade pode ser um sinal extremo de pedido de socorro. O propósito do espetáculo é desnudar o real por meio da fantasia”. 

 Portanto, ressalto aqui a necessidade de conferir essa proposta cênica plausível, parabenizando a todos os envolvidos. 

 FICHA TÉCNICA

DESENHO DE LUZ: Arnaldo D’Ávila

CENOGRAFIA, FIGURINOS, VISAGISMO E TRILHA SONORA: Alberto Santoz 

PRODUÇÃO EXECUTIVA: Thauana Renardi

DIREÇÃO DE PRODUÇÃO: Alberto Santoz e Silvia Pecegueiro. 

FOTOGRAFIA E VÍDEO: Tarsila Coury 

ARTE GRÁFICA: Erlon Junior - Viver Comunicação

ASSESSORIA DE IMPRENSA: Verbena Comunicação

IDEALIZAÇÃO E PRODUÇÃO: Cia NPC-Artes

REALIZAÇÃO: Governo Federal, Ministério do Turismo, Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo – Lei Aldir Blanc.

 

SERVIÇO - TEATRO CACILDA BECKER - Rua Tito, 295 - Lapa, Tel: (11) 3864-4513. 198 lugares. De 05/11 a 28/11 de novembro – Sextas/Sábados, às 21h, e Domingos, às 19h. Duração: 90 min. Classificação: 10 anos. Gênero: Drama.

Os ingressos são gratuitos com distribuição 1 hora antes das sessões, mediante apresentação do comprovante de vacinação contra covid-19.

Facebook: @TeatroCacildaBeckerSP | Instagram: @teatrocacildabecker

terça-feira, 9 de novembro de 2021

CHAVE

 ARTE DO ENTRETENIMENTO

Pedro Cosmos

CHAVE

O Grupo A JACA EST, liderado por ELIZABETH CAVALCANTE e GERALDO FERNANDES, há décadas de resistência, com seus integrantes incansáveis na busca e militância por políticas públicas para o teatro, para a cultura em todas as especificidades, o desenvolvimento social, ganha o seu reconhecimento, muito demorado evidentemente, porém, em um momento muito propício, tendo a oportunidade de contemplar a Cidade de São Paulo, dando voz e ouvido à invisibilidade, da melhor forma, envolta da cultura popular.

                                                                          Foto: Arte do Entretenimento

Graças ao PROJETO RESILIÊNCIAS, contemplado pela 35ª Edição do Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo - Secretaria Municipal de Cultura, a Trupe pode realizar várias ações pertinentes ao fazer teatral, e socializar o processo de sua constante pesquisa por meio de uma montagem teatral.

                                                                         Foto: Arte do Entretenimento

Nesse ínterim, o exercício da cidadania fez-se presente e, um olhar voltado para as questões humanas, ganhou lugar em sua pesquisa, um olhar voltado, principalmente, a questão da moradia, tendo a chave com muita simbologia nesse processo, contextualizado com muita poesia, reflexão, empoderamento, com narrativas intrínsecas, que, em meio ao Século XXI ainda não foram abolidas.

Outras questões como inclusão, direitos, visibilidade, preconceito, racismo, homofobia, xenofobia, valorização do emprego, a educação, o respeito, dentre outros temas, foram trazidas à tona, com os conflitos revelados, interligando um ao outro de forma direta e sem pieguices, surgindo a história de cada personagem, possibilitando como em um grito de alerta, que os espectadores vivenciem as dores, as angústias, anseios e dissabores.

                                                                            Foto: Arte do Entretenimento

O público, reduzido a vinte pessoas, é transportado com muita parcimônia para ambientes diferentes, pois os cinco andares do Prédio da Ocupação de Moradia, servem como cenário para as ações cênicas, tendo um anfitrião situando cada cena, amenizando o esforço da subida, fazendo com que todos estejam em casa. Tudo conduzido com muita preciosidade.

Segundo os dramaturgos GERALDO e ELIZABETH, “Partiu-se de entrevistas com moradora(e)s da Ocupação Martins Fontes, localizada na região central de São Paulo, e a partir da história oral de vida dessas pessoas, foi elaborada a dramaturgia, concepção e encenação desse espetáculo, para dar voz e revelar ao mundo a resistência e resiliência desses seres humanos da maior cidade da América do Sul”.

É perceptível a presença e o envolvimento dos moradores da Ocupação, desfrutando da diversidade e da pluralidade contida na encenação, sobretudo, a fruição das crianças, muito bem à vontade com aquela ação artística, tornando visível, quem tanto precisa ser enxergado, pois além da socialização que estes tiveram com todo processo de trabalho, elucidando vários olhares para a sua integralidade, a formação do caráter, o exercício da ética e da cidadania (preconceitos diversos, violência contra mulheres) culminando em meio a ludicidade imensuráveis, transformações sociais nesses pequeninos.

                                                                         Foto: Arte do Entretenimento

Os atores – ANDRADE JOSÉ, BETO KPTA, CLÉBER MARTINS, DARCY MAROLLA, ELIZABETH CAVALCANTE, JOILSON DOS SANTOS, KELLY CAMPELLO e GABRIEL GREGHI, estão em uma sintonia perfeita, que, em um clima de musicalidade, corporeidade, ritmos, melodias, cantorias, movimentos, dão conta do recado, sem atropelos, embora diante de tantas adversidades, encaram tudo com clima de festa, para que tudo soe de maneira leve, sendo plausível os seus envolvimentos com a cultura popular.


                                                                                             Foto: Arte do Entretenimento

EDNALDO FREIRE, mestre na arte da cultura popular de primeira grandeza, como sempre, imprimiu uma direção irretocável. Percebe-se o seu envolvimento em cada detalhe, o cuidado, a naturalidade na condução das personagens, o toque par deixar a encenação com a maior naturalidade, somando a vasta experiência dos criadores sempre envolvidos com a cultura popular. Os idealizadores não poderiam ter feito melhor escolha.

Segundo o diretor, “propus ao grupo uma metodologia que venho desenvolvendo há algum tempo o qual chamo de “O FATO E O ATO” . Trata-se de um procedimento, uma espécie de modelo de ação”, como propunha Bertolt Brecht, utilizado por ele como instrumento pedagógico aos seus atores no chamado teatro didático… Transformar um fato social em um ato teatral”.

Enfim, o resultado do trabalho é plausível. É um presente para o teatro brasileiro, para a Cidade de São Paulo, contemplando a todos com o seu fazer artístico, fazendo jus ao prêmio da melhor maneira possível.

Vale a pena conferir mais esse trabalho tão necessário e, realizado com muito esmero, delicadeza, tão necessário para a contemporaneidade, o qual vai fazer história no cenário teatral e em todos aqueles que se viram enxergados e respeitados.

FICHA TÉCNICA

FICHA TÉCNICA 

Músicos – JOILSON DOS SANTOS e BETO KPTA

Músico convidado – DARCY MAROLLA

Figurinista – F. E. KOKOCHT e ELIZABETH CAVALCANTE

Cenógrafo/Adereços – F. E. KOKOCHT

Assistentes de Cenografia/Adereços – AMARO SANT’ANNA e CECEU CIMI

Iluminador/ Técnico de Iluminação-Operador /Cenotécnico – GABRIEL GREGHI

Visagismo – EMERSON MURAD

Fotógrafo – BOB SOUZA, HERNÁN PAZOS

Art Designer/ Designer/Multimídia – DENIL CEZAR

Vídeomaker/Técnico de som – HERNÁN PAZOS

Preparação de atores e Preparação Corporal – TATIANA GUIMARÃES 

Preparação Vocal – GIU DE CASTRO

Preparação e direção musical – JOILSON DOS SANTOS

Preparação – Percussão – DARCY MAROLLA

Costureiras – MARÍLIA ADAMI e OLIÍVIA VALENTE

Comunicação/Transcrição –  GERALDO FERNANDES

Desenho do cartaz – EDNALDO FREIRE

Divulgador – AMILTON FERREIRA

Diretor de Palco – ALEX SANDRO DUARTE

Direção – EDNALDO FREIRE

Coordenação e Administração – ELIZABETH CAVALCANTE e GERALDO FERNANDES.

SERVIÇO - OCUPAÇÃO MARTINS FONTES: Rua Martins Fontes, 178/180 – Consolação – SP – De 09 de outubro até o dia 28 de novembro de 2021, aos sábados e domingos às 19h. Sessão extra nos dias 20, 21, 27 e 28/11/21 às 16h. Entrada: GRÁTIS - Capacidade: 20 pessoas - Faixa etária: Livre - Acessibilidade: Não temos rampa de acesso. Estrutura: A peça é itinerante, deslocará pelos cinco andares do prédio e térreo. Duração: 1h40.

Estacionamento: Não tem estacionamento no local. Tem estacionamento em frente e próximo. Contato: Geraldo – Cel.: (11) – 99373-7440 – E-mail- ajacaest@gmail.com

 

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

AS CONCHAMBRANÇAS DE QUADERNA

 ARTE DO ENTRETENIMENTO

Pedro Cosmos

 

AS CONCHAMBRANÇAS DE QUADERNA

 

Devido as muitas dificuldades de ensaios e produção durante a pandemia, o texto do saudoso mestre da cultura popular ARIANO SUASSUNA, (1927-2014) teve apenas uma parte montada, ou seja, apenas o primeiro ato contendo O CASO DO COLETOR ASSASSINADO, deixando os admiradores da cultura popular sedento pelas artimanhas “conchavísticas” do Quaderna, em fim, é um esquenta para todos que estavam ansiosos por uma boa comédia e pela dramaturgia acolhedora que o autor sempre imprimiu em seus escritos, com personagens fascinantes e narrativas encantadoras, portanto, se faz necessário prestigiar e sentir o gosto de quero mais.

 

                                                                              Foto: Erik Almeida


Em cartaz no teatro Sérgio Cardoso, Sala Pascoal Carlos Magno com direção do queridíssimo teatrólogo FERNANDO NEVES, conhecedor da arte do riso, do circo teatro, totalmente familiarizado com o universo de Suassuna, trazendo uma direção com leveza, comedida, nada de exageros, deixando o foco das atenções nos seus artistas.

 

 No elenco atores conhecidos do palcos paulistas pelos destaques em inúmeros trabalhos no gênero comédia: FÁBIO ESPÓSITO, GURYVA PORTELA, HENRIQUE STROETER, CARLOS ATAÍDE, BRUNA RECCHIA, ABUHL JÚNIOR, arrancando muitas gargalhadas como esperado, somando ao ator protagonista  JORGE DE PAULA, pernambucano, o qual interpreta a personagem título), todos promovendo cenas hilárias.

 

                                                                            Foto: Erik Almeida


Assim como em O AUTO DA COMPADECIDA, A PEDRA DO REINO, O SANTO E A PORCA, clássicos popularmente conhecidos do autor, não poderia deixar de escapar o poder, a falta de caráter, o jeitinho para se dar bem, hipocrisia, as trapaças e no fim tudo se acertar, Quaderna não deixa por menos, não fugindo a marca registrada, que tanto meche com o imaginário dos espectadores.

 

                                                                            Foto: Erik Almeida


A montagem traz o universo fantástico de uma farsa de circo sertaneja com pitadas de pura realidade cômica. Neste espetáculo, Suassuna transporta para o palco o personagem Pedro Dinis Quaderna, de seu Romance d’A Pedra do Reino, lançado em de outubro de 1971, em Recife, um ano após o lançamento do Movimento Armorial. Portanto, Quaderna completa 50 anos junto ao lançamento do espetáculo. Trata-se de uma comédia de caráter popular e de diálogo direto que une a estética sertaneja, inspirada no romanceiro nordestino do trovador ibérico ao circo-teatro, que tanto fascinava Ariano, para apresentar os imbróglios de Quaderna.

 

O desfalque dado pelo coletor de impostos, gerando uma crise política é o trampolim para os conflitos e nesse ínterim, onde há política é cabível de conchavos, os quais geram bons momentos cômicos, valendo apena destacar a trilha sonora de RENATA ROSA E CAÇAPA como coadjuvantes no espetáculo.

 

Em fim vale ser conferido enquanto há tempo, pois se trata de uma pequena temporada.

 

 

FICHA TÉCNICA

 Músico ao vivo: Abuhl Júnior

Cenografia: Manuel Dantas Suassuna

Assistência de cenografia: Guryva Portela.

Trilha sonora: Renata Rosa e Caçapa. 

Pinturas e desenhos exclusivos para a montagem: Manuel Dantas Suassuna

Cenotécnica: Marcos Tadeu e Marcelo Andrade

Figurino e Adereços: Carol Badra

Assistência de figurino: Bruna Recchia

Costureira: Maria José de Castro

Criação de luz e operação: Rodrigo Belladona

Identidade visual peças gráficas: Ricardo Gouvêia de Melo

Produção: Beijo Produções Artísticas e Cia Vúrdon de Teatro Itinerante.

 

SERVICO - TEATRO SÉRGIO CARDOSO – Sala Paschoal Carlos Magno - Rua Rui Barbosa, 153 – Bela Vista, São Paulo - (11) 3288-0136 – (11) 3882-8080 | Ramal 159. Segunda a quinta, às 19h. Gênero: Comédia. Duração: 60 min. Classificação: 12 anos. Ingressos via plataforma Sympla Streaming. Presenciais (também na bilheteria): R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia).

Apresentações online: ingressos grátis pela Sympla. De 18 de outubro a 11 de novembro. Atendimento de terça a sábado (14h às 19h) e 2h antes das sessões. 143 lugares + 6 espaços de cadeirantes.

Instagram: @quadernasuassuna | Facebook: @asconchambrançasdequaderna

 

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

NOITE

ARTE DO ENTRETENIMENTO

Pedro Cosmos

 

NOITE

Tradicionalmente conhecido pelos importantes espetáculos de animação, promovidos na linguagem dos bonecos: Mozart Moments, O Anjo e a Princesa, Cadê o Meu Herói, dentre outros, de qualidade inquestionável, um encanto à parte, o premiado GRUPO SOBREVENTO, continua encantando com suas narrativas, com muita história para contar, mostrando o melhor da cultura e ludicidade.

Ao longo de aproximadamente 35 anos de existência e resistência, ter nos contemplado com teatro de objetos, militado incansavelmente por políticas públicas voltadas para o teatro da infância e juventude, muita contrapartida social ofertada além das próprias apresentações, socializando seus processos, oficinas, debates, workshop, dentre outras ações, o grupo tem história e faz parte da história do teatro.


A trupe apresenta a sua mais nova pesquisa, tendo um olhar para a comunidade Brás e do Belenzinho, na qual a sua sede se encontra inserida há praticamente 10 anos.

                                                                                      Foto: Marco Aurélio Olimpo

NOITE, a mais recente montagem, contemplada pela 35ª edição do Programa Municipal do Fomento ao Teatro para a Cidade de são Paulo, traz a vivência da vizinhança, por meio da personagem o cego e o menino, as narrativas vão se entrelaçando, e pequenos monólogos vem à tona, revelando várias memórias, ideia louvável, que acaba por enxergar muitas vezes “o invisível”, pois estes também tem muita história e haja história para contar e por meio dos depoimentos colhidos, vê-se sem pieguices e de forma inovadora a função social do teatro.

                                                                                  Foto: Marco Aurélio Olimpo

Segundo SANDRA VARGAS, que divide a direção da peça com LUIZ ANDRÉ CHERUBINI, conta que Noite foi concebido a partir da prática da escuta dos moradores locais e não de um tema pré-determinado pelo grupo. Entender como a população lida com as próprias memórias e quais histórias elegem para contar ao outro foi determinante para que a dramaturgia, criada em conjunto pela companhia, tomasse forma.

“o espetáculo tem uma dramaturgia que nasceu dos depoimentos de seus vizinhos e das suas histórias, todas relacionadas a objetos guardados, secretos, carregados de afetos, ou ainda do sentimento pela ausência/perda deles”.

Foto: Marco Aurélio Olimpo

 A concepção de cenário é impactante. Vários nichos servindo de ambientação para cada personagem, com jogo de luz pontuando cada nicho, sobressaindo a beleza dos figurinos (estilista e figurinista JOÃO PIMENTA) fazendo referência ao estilo Barroco, um visual de encher os olhos.

Em fim, vale apena se apressar e prestigiar o espetáculo e agradecer por tudo o que o grupo representa para o teatro brasileiro.

Foto: Marco Aurélio Olimpo

SERVIÇO

ESPAÇO SOBREVENTO - Rua Coronel Albino Bairão, 42, Metrô Bresser-Mooca, Sexta a Domingo  às 20h, com entrada franca. De 15/10 a 07/11/2021. Resevas: info@sobrevento.com.br